A perversidade da desigualdade social e o planejamento familiar

27/05/2016 20:41 - Diálogos e Debate
Por Diálogos & Debate

          Não é novidade que o presença de disparidades sociais é uma constante em nossa nação. Por vezes, governos com propostas mirabolantes de auxilio a esses grupos sociais menos desforecidos parecem reduzir a distância alarmante entre ricos e pobres, mas a solução definitiva para equalizar tal situação é a promoção da educação para os indivíduos. Dentro desse enorme leque a ser discutido nos orgãos públicos, está a presença de uma educação voltada ao planejamento familiar, projetando, a médio e longo prazos, uma melhoria nas taxas de natalidade e mortalidade infantil.
          Dentro desse contexto, incluímos em nossa postagem de hoje a redação de Lília Mariana de Almeida Santos, aluna do projeto Redação em Debate, o qual vem apresetando excelentes resultados nos últimos anos para a provação nos mais variados vestibulares pelo país. Acompanhe agora, na íntegra, a redação dessa jovem voltada para esse tema tão importante na realidade brasileira:

          Historicamente, a cultura de possuir muitos filhos está ligada ao momento em que a sociedade era primordialmente agrícola, e a prole numerosa significava mais mão de obra. O êxodo rural, no entanto, promoveu a saída da população do campo e sua urbanização, acarretando, entre outros fatores, a favelização das cidades. Tanto a ausência estatal, quanto o poderio religioso sobre a ignorância dos periféricos passaram a ser agravantes do não planejamento familiar.

          É perceptível, até nos dias atuais, o poder que as decisões da igreja católica têm sobre a vida dos brasileiros. A contracepção torna-se, portanto, um tabu, principalmente nas regiões mais pobres do país. É preciso que haja uma abordagem mais clara do governo em escolas e, principalmente em comunidades carentes, sendo a informação o meio mais eficaz de diminuir a maternidade desenfreada e sem planejamento.

          É fundamental apontar os inúmeros casos de gravidez na adolescência e o abandono, principalmente paterno. Acaba por ser contraditória uma sociedade que julga o aborto um crime, mas que tolera o abandono de crianças, pela irresponsabilidade masculina, apoiado em uma cultura machista e cruel. Dessa forma, faz-se necessário o equilíbrio de responsabilidades entre homens e mulheres sobre seus filhos.

          O governo deve atentar para o fato de sua laicidade e não permitir interferências religiosas em suas decisões, implantando nas escolas tanto a educação sexual, como os métodos contraceptivos, além da prevenção da gravidez na adolescência. As prefeituras devem lançar campanhas que alcancem as regiões mais pobres, por meio de agentes de saúde contratados para fornecer informações. É papel do Estado liberar verba para coletivos feministas que palestrem em periferias, com o objetivo da valorização da mulher, do seu corpo e da responsabilidade masculina sobre os filhos.

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