Uma terapia que busca estimular o desenvolvimento de portadores de autismo através do ambiente no qual eles estão inseridos tem sido a técnica usada pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) para o desenvolvimento de pacientes da rede pública. O Centro de Reabilitação da instituição oferece, de forma gratuita, a chamada “Integração Sensorial”, na área de Terapia Ocupacional.

O autismo é uma síndrome que compromete, principalmente, as capacidades de interação social e de comunicação, de acordo com as terapeutas Thaís Quintela e Flávia Calheiros. Mas, quando acompanhados por especialistas e estimulados, os portadores do transtorno podem apresentar melhoras significativas no comportamento.

 “Existem graus de autismo. Não pode haver uma generalização. É importante que os pais de portadores da síndrome entendam que cada caso deve ser analisado individualmente e que as crianças necessitam de atendimento multidisciplinar. As especialidades, porém, dependem do grau do transtorno, mas podem incluir psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e pedagogos”, observa a terapeuta Thaís Quintela.

 Conforme Flávia Calheiros, o trabalho desenvolvido na Uncisal pode ser aplicado para pacientes de qualquer idade. Para ter acesso ao tratamento, basca procurar o Centro de Reabilitação, que fica na Rua Cônego Fernando Lyra, sem número, no Trapiche da Barra, portando um encaminhamento médico e a documentação dos responsáveis e da criança.

 “Quem busca atendimento na Uncisal faz um cadastro e aguarda surgir uma vaga. Não há restrições com relação à idade. O tratamento é feito com uma série de recursos que fazem os pacientes interagirem com o ambiente no qual estão inseridos e estimular respostas para aquelas situações”, acrescenta Flávia Calheiros.

 Pai de uma criança de 3 anos portadora de autismo, Igor Eduardo, de 27 anos, afirma que consegue perceber a evolução apresentada pelo filho desde que iniciou o tratamento no ano passado. Além do acompanhamento na Uncisal, ele ressalta que o filho é atendido por um fonoaudiólogo, por psicólogos e que faz ecoterapia.

 “Quando meu filho estava com 1 ano, ele começou a falar. Mas, depois, percebemos que houve uma regressão e fomos em busca de respostas para o que estava acontecendo. Em dezembro de 2015, foi fechado o diagnóstico de autismo. Já é visível a evolução dele desde que começou o tratamento. O melhor de tudo é que, na Uncisal, ele é atendido com hora marcada e não precisamos esperar em filas”, pontuou.

 No dia 2 de abril é comemorado o Dia Internacional de Conscientização do Autismo. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para marcar a importância de conscientização sobre a questão.