Após a denúncia de gestantes feitas na Polícia Civil, na quarta-feira, dia 10, alegando que teriam percorrido diversas maternidades de Maceió e não encontraram atendimento em nenhuma delas, a Defensoria Pública do Estado de Alagoas, por meio do Núcleo de Direitos Humanos, Difusos e Coletivos, disse que irá cobrar explicações sobre a lotação ocorrida na Maternidade Santa Mônica durante o feriado de Carnaval.

Segundo a assessoria do órgão, um ofício será encaminhado às Secretarias de Saúde de Maceió e do Estado, bem como à Direção da Maternidade Escola Santa Mônica, cobrando informações sobre o ocorrido.

Nos últimos dias, a Santa Mônica, que é especializada no atendimento a gestantes de alto risco, chegou a sua lotação total, com os 26 leitos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) ocupados. A situação fez a maternidade entrar em estado de alerta e passar a receber somente pacientes vinculados ao Complexo Regulador Assistencial (Cora).

O defensor público e coordenador do Núcleo de Direitos Humanos, Coletivos e Difusos da Defensoria Pública de Alagoas, Ricardo Melro, relembra que situações semelhantes aconteceram em outras ocasiões. “São dez anos atuando na área de Saúde e a história sempre se repete. Já perdi as contas de quantas vezes essa situação ocorreu. Explico: nos finais de semana e feriados as gestantes acabam superlotando a Santa Mônica porque não conseguem atendimento nas unidades de baixo risco, seja porque funcionam mal, seja porque simplesmente não funcionam. O município de Maceió, única capital do Brasil a não possuir maternidade, credencia algumas particulares, mas não as fiscaliza de forma eficaz. Não sei se a história se repetiu neste carnaval. Estou encaminhando ofício a Secretaria Municipal de Saúde e a Direção da Santa Mônica em busca de informações sobre o que está acontecendo agora. Queremos saber se maternidades credenciadas estão atendendo normalmente ou se negaram a atender e quebraram contrato com a Prefeitura", explicou.

Segundo informações divulgadas na imprensa local, no momento, o Cora tem orientado as gestantes que o procurem para que sejam encaminhadas às demais unidades do Estado, como a da Maternidade Nossa Senhora da Guia, Nossa Senhora de Fátima, Hospital Santo Antônio, e em caso de urgência para a Maternidade Santa Mônica ou para o Hospital Universitário, o último também esteve superlotado no final do semana.

Histórico

A Santa Mônica enfrentou, durante anos, problemas relacionados à falta de estrutura e a superlotação, sendo fechada para reforma e ampliação em 2014. As obras duraram mais de um ano e a unidade só voltou a funcionar em dezembro do ano passado, quando parte da reforma foi entregue.

*Com assessoria