Apesar da redução dos casos notificados de dengue, um município alagoano continua em situação epidemia da doença e dois seguem em alerta com uma taxa de incidência em 100 e 300 casos notificados para cada 100 mil habitantes. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), que apontou uma queda de 31,58% somente em janeiro deste ano.

Em Olivença, a taxa de incidência continua superior a 300 casos notificados para cada 100 mil habitantes. Outros 22 municípios alagoanos apresentam taxa de incidência inferior a 100 casos para cada 100 mil habitantes e, em 77 dos 102 municípios do Estado, não houve notificação de casos de dengue. Com relação à chikungunya, são 129 casos confirmados e 34 de zika vírus.

A redução, segundo a Sesau, deve-se a atuação da força tarefa montada pelo governo do estado no combate ao mosquito. Os dados foram comparados com a mesma época do ano passado.  Para se ter ideia, nos primeiros 31 dias do ano passado, foram notificados 874 casos, contra 598 de todo o mês de janeiro de 2016.

Este ano não houve nenhum registro de dengue grave no mês passado, contra quatro casos do mesmo período de 2015.

 Uma realidade que ainda não pode ser comemorada, segundo a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska, mas demonstra que os municípios melhoraram a conduta e o manejo clínico no atendimento aos pacientes com dengue.

“Isso comprova que as capacitações técnicas realizadas pelas equipes de Vigilância Epidemiológica e da Atenção Básica da Sesau estão surtindo efeito positivo. Nos últimos meses intensificamos as ações e já capacitamos todos os municípios, encerrando a ação em Arapiraca”, salientou. 

Rozangela Wyszomirska destacou que o combate ao Aedes aegypti, responsável por transmitir a dengue, chikungunya e zika vírus, prevê que os agentes de endemias municipais devem intensificar as visitas domiciliares, visando orientar os moradores sobre a importância de manter limpas as residências.

 Já os gestores municipais devem realizar a busca ativa por focos do mosquito, promover a limpeza dos logradouros públicos, a coleta periódica do lixo domiciliar, notificação aos proprietários de terrenos e imóveis abandonados e conscientizar a população com campanhas educativas.

Atuação que, segundo a secretária de Estado da Saúde, requer um trabalho integrado por parte dos técnicos municipais da Atenção Básica e Vigilância Epidemiológica. “Para combater a dengue, chikungunya e zika, não é necessário grande investimento financeiro, além daqueles que já são realizados com os recursos destinados à Atenção Básica e à Vigilância Epidemiológica. É necessário organização, otimização, estruturação e educação doméstica”, defendeu. 

Isso porque, ainda de acordo com Rozangela Wyszomirska, 70% das ações de prevenção ao Aedes aegypti são de responsabilidade da população, que deve tampar as caixas de água, limpar os quintais e calhas, além de não cultivar plantas aquáticas nas residências. No entanto, é necessário que os gestores municipais possam investir na conscientização, informando a todos sobre a prevenção, sintomas e tratamento da dengue, chikungunya e zika, que pode estar atrelado ao aumento dos casos suspeitos de microcefalia, que já são 185 em Alagoas.

*Com assessoria