O Projeto Se Essa Rua Fosse Minha... nasceu  do  nosso reencontro com a professora Cássia Rego, quando esta participou do I Encontro de Culturas Negras dos Municípios Alagoanos, uma ação do Instituto Raízes de Áfricas, e ocorrido dia 23 de outubro, no auditório Aqualtune, no Palácio República dos Palmares, em Maceió,AL.

E de conversa em conversa  surge “O Se Essa Rua Fosse Minha”  idealizado pelo  Instituto Raízes de Áfricas, conta com o apoio logístico do SEBRAE e do Restaurante Bodega do Sertão e  traz como  proposta a  criação de  um circuito afro-cultural, com crianças entre 10 e 11 anos, alun@s da Escola Municipal Paulo Bandeira, no bairro do Benedito Bentes.

O  Projeto  visa  a   conscientização , a partir da fundamentação teórica, do valor histórico  de monumentos, espaços públicos  como contribuição afro-cultural para a  urbanidade da capital Maceió, em AL.

Crianças  como guardiãs da história farão um tour pela cidade, dia 22 de novembro, , conhecendo, protegendo, guardando, defendendo e multiplicando a geografia da história negra e ao mesmo tempo despertando  gestor@s para a consciência de  preservação da história de um povo.

O Se Essa Rua... nasceu das transgressões  da professora Cássia Rego em sua sala de aula.

Cássia transgride o óbvio, a normalidade da tradicional cartilha do ensinar conteúdos  embalsamados. Vai além. Faz alun@s pensarem, vasculharem o mundo de possibilidades que habita os espaços da escola.

Em uma comunidade pontuada pela pobreza, Cássia, a professora  instrui  a meninada a transformar dificuldades em oportunidades.

E ela me conta que ao ouvir o  Hino da Negritude do professor Eduardo de Oliveira, no Cultura Negra, ficou tão emocionada que resolveu ensiná-lo  a seus meninos e meninas para me fazer uma surpresa.

E surpresa fiquei mesmo, com a determinação da professora, que antes das crianças  aprenderem  a cantar o Hino,  criou um grande  ambiente de pesquisa. Colocou dicionários nas mãos da meninada para a que  buscassem a partir do significados das palavras, a importância do Hino.

A ação da professora Cássia dá voz e eco a Lei nº10.639/03, enturma as ideias, muitas gentes miúdas com a historia da ancestralidade preta.

Pessoinhas construindo uma noção das africanidades alagoanas, como um transbordamento da auto-estima, aliando a isso o pertencimento étnico.

A gravação da ação será realizada pelo Programa Nação da TV Educativa do RS (com  cedência de imagens para o Instituto Raízes de Áfricas), o qual será transformado em programa/documentário.

E Cássia me diz: “ O que é engraçado é que quando as crianças voltam agitadas do intervalo, apago as lâmpadas da sala e canto baixinho a canção Se Essa Rua Fosse Minha...”

É, o Projeto Se Essa Rua Fosse Minha nasceu  assim do puro encantamento pela dedicação de uma mestra, que diversa, vai contando  histórias pelos caminhos de todos os mundos, para  suas crianças.  

O Projeto Se Essa Rua Fosse Minha faz parte do Projeto Novembro Negro, idealizado pelo Instituto Raízes de Áfricas com o apoio institucional da Secretaria de Estado da Cultura e faz parte da programação oficial do Mês da Consciência Negra.