O condutor que provocou o acidente que matou o advogado Ítalo Peterson Vilela de Freitas, de 31 anos, e deixou outras três pessoas feridas, é indiciado por homicídio doloso e tentativa de homicídio. O laudo final e os detalhes técnicos do trabalho pericial foram apresentados nesta terça-feira (03) em coletiva à imprensa.
De acordo com o delegado Ronilson Medeiros, diretor da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), Acácio de Oliveira Lima será indiciado pelo artigo 121 do Código Penal. “O Acácio vai responder a um processo judicial e, ao final, pode ser condenado por homicídio e tentativa de homicídio, isso se porventura, o Ministério Público e o Judiciário acatarem o meu indiciamento. Caso não, pode responder apenas por homicídio.”, informou Medeiros.
O delegado informou ainda que indiciamento tem como base a conclusão do laudo, que constatou que Acácio de Oliveira estava sob efeito de álcool e com o veículo com velocidade incompatível com a via. O veículo estava a 122 km/h na via, quando a velocidade de tráfego de veículos permitida é de 60 km
“O laudo pericial concluiu que a velocidade, aproximada, que o veículo estava no momento do acidente era de 122 km/h. O condutor perdeu o controle do veículo, invadiu a pista contrária e colidiu contra o carro que estava a família”, explicou o delegado.
Sobre a prisão do condutor, Medeiros disse que a situação cabe à esfera judicial, mas que como ele está em recuperação deve responder em casa, temporariamente. “Em relação à prisão, agora é na esfera judicial. Nós concluímos o laudo e remetemos à Justiça.
Acácio de Oliveira foi ouvido pelo delegado Ronilson Medeiros na última sexta-feira, mas disse não se recordar do acidente. “Acácio foi ouvido na última sexta-feira. Percebi que ele apresenta algumas sequelas visíveis, e está sendo medicado e fazendo fisioterapia. Sobre o acidente, ele disse que não consegue recordar do dia do fato. Conversei com os médicos e eles disseram que isso e normal, nesse primeiro momento”, disse o delegado.
O laudo
O laudo do acidente foi feito pelo perito criminal Marcos Aurélio, do Instituto de Criminalística de Alagoas, e pelo perito criminal Edson Júnior. Conforme a perícia, o veiculo Uno foi atingido na parte anterior e lateral esquerda, e o Peugeot na lateral direita.
De acordo com o laudo, o veículo causador da colisão, um Peugeot preto de placas OHF-0797, passou em um trecho da avenida a poucos metros do local do acidente, a 122,23 km/h. A velocidade é mais do que o dobro do permitido para o local, uma via onde os automóveis devem trafegar a 60 km/h.
Diferente do que foi testemunhado por populares, o laudo constatou que o condutor estava sozinho no momento do acidente, visto que não foram encontradas marcas de sangue no veículo, o que indicaria a presença de outras pessoas dentro do carro. “O laudo retira qualquer possibilidade de ter mais alguém no veículo”, informou o perito Edson Júnior.
Segundo o perito criminal, os exames apontaram pela viabilidade de que a vítima encontrada no banco de trás do Peugeot era o próprio condutor do carro. “Por conta da colisão oblíqua do setor lateral direito direcionada para o anterior, o condutor foi projetado para a porção direita do banco traseiro”, explicou no laudo.
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O acidente
Uma colisão entre dois veículos na madrugada de sexta-feira, 04 de setembro, na Avenida Menino Marcelo, no bairro da Serraria, deixou uma pessoa morta e outras quatro feridas. As vítimas ficaram presas às ferragens e foram socorridas por equipes do Serviço de Atendimento Móvel (Samu) e do Corpo de Bombeiros para o Hospital Geral do Estado (HGE).
Testemunhas que presenciaram o acidente informaram que os passageiros do veículo Fiat Uno estava no sentido Serraria – Aeroporto com quatro ocupantes quando foram atingidos pelo outro automóvel, um Peugeot, seguia no sentido Serraria – Barro Duro, com três pessoas. Após a conclusão do laudo, a perícia constatou que apenas um pessoas, o Acácio, estava no veículo.
O condutor do Peugeot, identificado como Ícaro Peterson Vieira Vilela, morreu quando era encaminhado ao HGE. Duas pessoas envolvidas no deixaram o local antes mesmo da chegada do socorro às vítimas.
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