Teve início nesta terça-feira (27), no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a análise da sindicância instaurada pela Corregedoria Nacional de Justiça sobre a suposta participação do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas e desembargador, Washington Luiz, no esquema que ficou conhecido como Máfia da Merenda. Durante a sessão, a corregedora e relatora do processo que envolve o presidente do TJ, Nancy Andrighi, votou pela abertura do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e pelo afastamento de Washington Luiz do cargo de desembargador.
Como a sessão foi suspensa, o colegiado só irá decidir se vai acatar ou não o pedido de Adrighi no dia 10 de novembro, quando o julgamento for retomado. O processo investiga o pagamento de propina e doações ilegais através de empresas especializadas na merenda escolar.
O caso
Após uma delação premiada, Washington Luiz foi acusado, em 2013, de receber propina para facilitar a aprovação de processos à empresa SP Alimentação, que possuía atuação em Alagoas. À época, o Ministério Público determinou que a Prefeitura de Maceió rompesse o contrato com a empresa.
Segundo investigações do Ministério Público Estadual de São Paulo, a partir da quebra de sigilos telefônicos e bancários de suspeitos, a empresa SP Alimentação integrava um cartel que atuava em várias cidades, inclusive, em Maceió, mediante o pagamento de propina. Todo o dia 10, a máfia pagaria propina de 15%, equivalente a R$ 35 mil, para a compra de alimentos de má qualidade e preços superfaturados.
A matéria estava em pauta no último dia 6, mas não foi julgada pelo Conselho Nacional de Justiça e retomada para esta terça-feira.