A moça foi morta, aos 21 anos, por uma bala-certeiramente perdida- durante uma operação da Polícia Militar no Conjunto Virgem dos Pobres, em Maceió,AL.
O Conjunto Virgem dos Pobres é uma periferia distante, tão pobre de marré-marré-deci, além é permanentemente invadida pela ausência- flagrante- de políticas públicas.
Sem escola. Sem saúde. Sem trabalho. Sem esportes.
A mãe da moça afirma que ela saiu para comprar uma quentinha.
A polícia alega que ela era uma “bandida” e portava drogas.
A mãe da moça retruca que a filha nunca teve passagens pela polícia, nem nunca usou drogas.
A polícia diz que sim, e como fato tipificado justifica o porte de armas e drogas para a morte da moça.
A sociedade muda, conivente acena com a cabeça em concordância.
A mãe afrontando o mutismo social e o descaso institucional investe-se das palavras-argumentos para que não matem a sua filha pela segunda vez: “Ela até poderia estar em um lugar que não deveria estar, mas ninguém tem provas contra ela, de que estava armada ou com drogas.”
Ao atribuir à moça atos criminosos matam-na- socialmente- bem matada, pela segunda-vez.
"E se minha filha bandida fosse ninguém teria o direito de matá-la. Que poder é esse que tira vidas? - angustia-se a mãe."
O sobrenome da moça é igual ao da árvore que é símbolo da eternidade da vida.
A moça morta vive- agora- na eternidade das lembranças de sua mãe.
Que clama por justiça!
Terá?!