No dia consagrado a professor@s, 15 de outubro, o Instituto Raízes de Áfricas em parceria com Juventude Negra Independente de Alagoas e o Centro Ambiental São Bartolomeu, acompanhou   cerca  de 40  crianças  e adolescentes que integram o Projeto  Ponto de Cultura Baú dos Guerreirinhos  em visita ao  Quilombo Maior, o do Palmares, no município de União dos Palmares, Alagoas.

40 crianças e adolescentes crianças curiosas, falantes e quilombolas sobreviventes da mal disfarçada indiferença do estado alagoano.

Apesar da pobreza e da infância cheia de vazios, os guerreirinhos sorriem e cantam.

E na Serra fizeram festa com o guia do turismo, Carlos Santos que soletrou toda  história das lutas negras para el@s.

Os guerreirinhos vivem na Vila Emater II, região onde funcionava o antigo lixão de Maceió, localizado o alto de Jacarecica, um bairro localizado na região administrativa 1, zona norte da cidade de Maceió,  e são “cuidados” pelo carinho zeloso das profissionais do Projeto  Ponto de Cultura Baú dos Guerreirinhos. 

Contam que a Vila Emater surgiu quando trabalhadores da cana vindos de lugares distantes e sem condições de alugar imóveis ficaram por ai, e montaram suas tendas. O  terreno do inicio- faz 30 ano-hoje é a Vila Emater. Com eles, também, vieram quilombolas.

Por ocuparem uma área central as terras da Vila Emater são privilegiadas. Do alto se tem a vista paradisíaca de todo mar e por serem terras privilegiadas se fazem disputadíssimas.

Desde que o lixão foi desativado, em 2010, a área – onde residem 249 famílias– vem sendo ocupada irregularmente por uma construtora, gente que afirma ser dona do terreno e até moradores de outras áreas contratados para pressionar os moradores antigos.

A Vila Emater é um quilombo isolado das vistas das políticas públicas, em que o acesso é bloqueado por enormes buracos que fazem os ônibus grunhirem.

O Quilombo dos Palmares, no município de União e o quilombo urbano da Vila Emater são gêmeos na acepção político social de que é preciso expulsar os negros para bem longe,

Toda aérea no entorno dos barracos de papelão, onde moram famílias e muitas muitas crianças- quase todas pretas- faz mais de 30 anos, é povoada de grandes mansões, orçadas em milhões de contos de réis.

Toda terra agora habitada por mansões ou barracos é da União, mas só o povo pobre e preto da Vila Emater foi convidado a se retirar.

Segundo Fernanda Monteiro: A Vila de um lado tem as mansões, no meio as famílias sem conhecimento e do outro lado às empreiteiras.

São famílias pobres, vivendo na miséria e crianças e adolescentes que perdem a infância.

O estado é racista.