Nossas necessidades, não cabem em Estádios e, tampouco, nas urnas.

17/03/2014 08:34 - Raízes da África
Por Arísia Barros

NOTA PÚBLICA

II ENCONTRO NACIONAL DO MANIFESTO NEGRAS E NEGROS ORGANIZAD@S EM LUTA POR SEUS DIREITOS.

MACEIÓ – ALAGOAS 14 à 16 de março de 2014.

CENTRO DE FORMAÇÃO IB GATTO FALCÃO (CENFOR-CEPA-Farol).

 

Ativistas reunidos no II ENCONTRO DE NEGRAS E NEGROS ORGANIZAD@OS EM LUTA POR SEUS DIREITOS, vem por meio desta, considerando o recrudescimento do Racismo e o aprofundamento dos ataques aos Direitos do nosso Povo, expressos , principalmente, através do Extermínio de nossa Juventude, violência e assassinatos contra as mulheres negras e ataques e violência contra os Territórios Negros, Comunidades Tradicionais de Terreiros, Comunidades Quilombolas e Povos Originários.

Considerando a necessidade de tomarmos em nossas próprias mãos o protagonismo pela construção de nossa verdadeira Libertação.

Considerando que o Estado Democrático de Direito é mera ficção para a maioria do nosso  Povo, bastando , para tanto ver a realidade existente nas comunidades de Periferia, Vilas, Favelas.

Considerando ainda , o recrudescimento de medidas legais de aprofundamento do caráter repressivo, com o objetivo categórico de criminalização dos protestos e dos Movimentos Sociais cujo impacto, será desproporcional sobre nossa população.

Considerando ainda, a necessidade , para enfrentar esse quadro e conjuntura, a necessidade de partirmos e seguirmos a construção de um Projeto Político do Povo Negro(a) para o Brasil, com autonomia em relação ao Estado, aos Governos e aos Partidos,  referendamos o Manifesto e que ele , como fruto de um acumulo de 40 anos de história de resistência, se enraíze em ações práticas.

Tomar as ruas, com organização , contra o Racismo e o Racismo Institucional contra o Extermínio de nossa Juventude, em Defesa dos Territórios Negros de Comunidade Tradicional de Terreiros , Quilombolas e Indígenas e contra a PEC 215 de 2000 que retira Direitos dos Territórios Quilombolas e Indígenas.

Declaramos ainda a solidariedade a todos os que lutam e que estão sendo criminalizados em todo o Brasil, e em especial aos ativistas que participaram dos protestos em 2013 envolvendo a luta pelo transporte público e contra os aumentos das passagens, com destaque para a Solidariedade aos Ativistas do BLOCO DE LUTAS PELO TRANSPORTE PÚBLICO DE PORTO ALEGRE, vítimas de uma verdadeira perseguição Política, pelas forças de Segurança de  Estado.

Nossas necessidades, não cabem em Estádios e, tampouco,  nas urnas.

 

 

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