A greve dos bancos está próxima de completar um mês. Mas o entendimento está muito distante. A Federação Nacional dos Bancos oferece 7,1%. O Comando Nacional dos Bancários quer 11,93%, além de aumento no piso salarial para os caixas e na participação de lucros.
O número de pessoas em busca de crédito diminuiu. O comércio prevê perdas significativas nas vendas podendo chegar a 30% em regiões como o Nordeste, onde o hábito do uso do dinheiro em espécie é bem maior do que em outras regiões.
Contudo, os efeitos da greve são mais sentidos, como sempre, pelo povo. Aposentados, pensionistas, pessoas doentes que precisam comprar remédios, fazer feira e pagar as suas contas são os mais perversamente atingidos. Ou seja, os bancários estão mesmo é castigando as pessoas mais necessitadas, que mais precisam do sistema.
Será que não seria mais inteligente deixar um ou dois bancos - tomando Maceió como exemplo - funcionando pra atender especificamente esse tipo de cliente? Assim, o ruim, o impiedoso, seria o banqueiro, não o bancário como o povo está achando e sentindo raiva agora.
É que através da tecnologia, da internet, empresas e cidadãos de classe econômica mais elevada conseguem resolver diversas pendências. Pagam contas, fazem transferência, tiram dinheiro de caixa eletrônico ou em casa lotérica, recebem o pagamento do salário, enfim, uma série de questões pode ser resolvida. Mas o povão não. O povão tá é %&#@$ e mal pago!
Observem que os banqueiros patrocinam os principais meios de comunicação, os principais eventos. Patrocinam até o Jornal Nacional, da Rede Globo. Por isso não vemos notícias negativas sobre a greve e o sofrimento do povão.
A greve é justa, isso nem se discute. Todo banqueiro é um filho da @&*$% que só pensa no lucro e não está nem aí pros bancários e pro povo. O lucro dos bancos nos últimos sete anos cresceu 120%, ou 55% acima da inflação.
Aliás, desconfio que os banqueiros devam mesmo é estar felizes porque a greve faz com que eles economizem energia, água, material de escritório, transporte.
Por isso acho que os bancários deveriam ser criativos, inventar algo que beneficie os mais simples, humildes e necessitados. E não simplesmente repetir o que fazem outras categorias como rodoviários, taxistas, sem-teto, sem-terra, enfim, que quando protestam atingem mesmo é o povo fechando ruas, avenidas e rodovias.
Quem tem que sentir no bolso e no estômago não é o povo, como mais uma vez está ocorrendo.
Uma pena que o “pau só arrebenta nas costas dos mais fracos”.