Quando um circo chegava a uma cidade do interior, era uma festa. Os artistas desfilavam pela cidade como forma de se apresentar e convocar os moradores para assistirem o espetáculo.
Era cada figura! A criançada, aí me incluo, ficava curiosa. Os jovens de olho nas belas mulheres e suas poucas roupas. Tudo era atração.
Mas o texto não é pra falar de circo. É pra falar da farra dos protestos, do espetáculo que virou a divulgação das ações dos manifestantes. Justo ou não, tudo é motivo de protesto, mas que está atingindo o trabalhador.
Por falta de transporte escolar, fecha-se uma rodovia. Pro inferno as pessoas que precisam trafegar de uma cidade para outra, ir do trabalho pra casa, ir ao médico do SUS para uma consulta marcada há meses e meses.
Morre um taxista vítima de assalto, o protesto fecha as ruas e avenidas. O trânsito fica perigoso e agressivo.
Numa rua, por conta de atropelamentos, os moradores fecham-na para o tráfego. Por conta de um esgoto, moradores da Jatiúca fecham a via. Um inferno.
E já está certo pelo menos mais um protesto para esta quarta-feira (03). Serão os médicos. Eles vão andar pela Fernandes Lima até a Praça Centenário. O trânsito vai complicar.
O justo seria que os protestos fossem feitos em frente à casa do prefeito, do secretário de Educação, na frente da casa do governador ou do secretário de Defesa Social, enfim, na frente da casa de todos eles.
Fico pensando que a culpa parece ser do cidadão comum. Com o fechamento da via, o punido é ele.
Portanto, sugiro aos manifestantes que protestem na casa, ou no local de trabalho, da autoridade responsável. Talvez impedindo que ele, sua família e seus vizinhos possam circular, a reivindicação seja atendida. Já imaginou o constrangimento das autoridades?
Hoje tem espetáculo? Tem sim, senhor. Hoje tem protesto? Tem sim, senhor!
Então, porque não protestamos contra o protesto?
É que esse espetáculo do protesto que só atinge o cidadão, o trabalhador, precisa ter limites.
Tudo em excesso é prejudicial.
Precisamos, também, assumirmos os nossos erros quando votamos, pois somos nós os únicos responsáveis quando escolhemos os nossos representantes.