É fato que os protestos atingiram em cheio o PT e a presidente Dilma Rousseff. Tanto é assim que ela caiu 27 % na aprovação do seu governo. Porém, é normal, é perfeitamente natural que isso tenha ocorrido. Não dava mesmo para passar por surpreendente e tamanha turbulência sem sofrer avarias depois de quase onze anos no comando dos destinos da nação.
O que não é normal nem natural é que essa queda na aprovação da presidente Dilma não tenha sido transferida para o colo de Aécio Neves ou Eduardo Campos. Eles não engordaram seus índices.
Não é normal nem natural, mas dá pra entender. O senador Aécio é político profissional, sobrinho de Tancredo Neves, já foi governador de Minas Gerais e o seu partido, O PSDB, já comandou o País. Eduardo Campos também é político profissional, neto de Miguel Arraes, é governador de Pernambuco e além do mais, sua influência política limitam-se as fronteiras do seu Estado.
Então, o que a queda de Dilma significa como reflexão será observada a partir de agora. Se ela continuar em queda, ou permanecer nos índices impostos pela queda e não se recuperar ficará claro que a eleição de 2014 estará sob-risco para o Partido dos Trabalhadores. O que não existia até algumas semanas.
E aí será aquele sangramento de um partido e de uma natural candidata à reeleição: A discussão de continuar com Dilma e correr o risco de derrota ou trazer Lula para o ringue, mesmo ele dizendo que não será candidato?
Isso mesmo. Os petistas terão tal tema como discussão. Afinal de contas, o que estará em risco é o projeto de poder do partido.
Este poderá ser o roteiro de uma novela, daqui a pouco, assim que as coisas se normalizarem um pouco mais. E tudo dependerá das ações de Dilma, principalmente, e das reformas que irá propor. Porque nas ruas, nos protestos, não se viu um só cartaz pedindo qualquer político. Nem Aécio, nem Eduardo, nem Marina, nem Lula, muito menos Fernando Henrique Cardoso, Rui Palmeira ou Cícero Almeida.
Portanto, a bomba está nas mãos de Dilma e do PT.