Marco Feliciano não é cubano, nem dança frevo...

17/03/2013 17:20 - Raízes da África
Por Arisia Barros

 

 

Eu li em um lugar qualquer que o carnaval de 2013, em Olinda/Pernambuco e Salvador/Bahia  conseguiu arrebanhar um monte de foliões de Alagoas. Gente com dinheiro, gente que junta dinheiro o ano todo e gente que não tem dinheiro nenhum, mas mesmo assim gasta só para curtir  três dias de puro êxtase em terras alheias. Isso deve ser a consciência da alegria, né?

Acompanhei na mídia nacional o rebuliço que  a presença da  dona do blog “Gerácion Y”, Yoani Sánchezb, provocou nos jovens vermelhos inchados de uma patriotismo alugado de outras terras, arrastando bandeiras partidárias.

Jovens vermelhos que lotaram aeroportos Brasil a fora e adentro ousando ensurdecer a democracia brasileira em nome da pátria alheia.

Marco Feliciano não é cubano, nem dança frevo, mas tem provocado uma barulheira no conceito de cidadania e mesmo assim o povo alagoano faz de conta que não é com ele, ou melhor, faz revolução no facebook, circulando frases feitas. E os jovens vermelhos, então? Silêncio no front!

 Mas, é imprescindível atentar para  um detalhe: o objeto de ataque de Marco Feliciano é preto, pobre e gay, portanto povos invisíveis.

Povos tão invisíveis que não movem, nem comovem multidões.

O Fora Marco Feliciano organizada por uma entidade alagoana não conseguiu mobilizar as muitas gentes, neste domingo, 17 de março,principalmente os  pret@s e homossexuais.

- Se fosse a Parada Gay estaria  todo mundo estaria aqui- disse o organizador.

Solidário à causa o  Instituto  Raízes de Áfricas  se fez representar, com mais  meia dúzia de outras  entidades.

Adormecida a militância em Alagoas  sofre da síndrome da  passividade, um conformismo  tão  exacerbado que inquieta.

Será que consciência é artigo barato desses que a gente põe quando é conveniente, ou quando invade nosso entorno.

Enquanto em várias capitais das terras de Cabral a mobilização do Fora Feliciano levou centenas de gentes às ruas, no domingo em Maceió, éramos seis, somente seis entidades presentes.

E viva Marco Feliciano!

 

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