O Brasil é um país racista mais-ou-menos, aquele que se veste de camaleão...

27/02/2013 07:55 - Raízes da África
Por Arisia Barros

Dizem por aí que o racismo nos Estados Unidos é “pior” do que o das terras de Cabral, como se existisse racismo “menos pior”. O Brasil é um país racista mais-ou-menos, aquele que se veste de camaleão ou conta a larota da romântica miscigenação para justificar  a não  implementação de políticas que se arrastam a  uma década  como a lei nº 10.639/03. Não é fácil confrontar  a  miopia social em relação ao racismo, mas tudo é caminho, né? Um texto para a apropiação da história do racismo nos EUA.

Dizem por aí que o racismo nos Estados Unidos é “pior” do que o das terras de Cabral, como se existisse racismo “menos pior”. O Brasil é um país racista mais-ou-menos, aquele que se veste de camaleão e se esconde nas horas estratégicas, enquanto os Estados Unidos... Um texto para apropriação da história.

Nos Estados Unidos, a abolição da escravidão foi o resultado de uma guerra civil, a Guerra de Secessão (1861-65). A escravidão estava concentrada nos estados do sul do país onde se produzia principalmente algodão. Com a eleição de Abraham Lincoln, aliado dos abolicionistas, os fazendeiros do sul perceberam que a escravidão corria o risco de ser extinta, e proclamaram a região independente do restante do país. Na guerra civil que se seguiu o exército unionista do norte venceu os rebeldes federalistas do sul e a escravidão foi extinta em 1865.
Depois da guerra, durante o chamado período da Reconstrução, os negros sofreram todo tipo de violência, direta e indireta, para expulsá- los da vida política e do convívio social. Várias associações secretas de brancos, dentre elas a famosa Ku Klux Klan, atacavam e assassinavam os negros, incendiavam suas residências e igrejas como forma de reafirmar a “supremacia branca”. A sociedade se tornou cada vez mais segregada. Em muitos hotéis e restaurantes era terminantemente proibida a entrada de negros. Nos locais públicos, negros e brancos tinham que ocupar espaços diferenciados.
Tal discriminação era referendada pela Corte Suprema americana, para a qual a segregação era legal e não representava uma violação dos direitos dos cidadãos. Ou seja, lá a discriminação racial era fundamentada legalmente até década de 1960, quando o movimento pelos direitos civis, liderado por figuras como o pastor Martin Luther King, conseguiu que o racismo fosse pelo menos legalmente desmontado. King pagou com a vida a sua militância, sendo assassinado em 1968. Outros líderes que se destacaram nessa luta, propondo uma militância mais radical, foram Malcolm X, Angela Davis, Bob Seale e Stockeley Carmichael. Entre as organizações mais radicais, se destacavam os Panteras Negras, cuja liderança foi em boa parte eliminada pelo FBI.


Fonte:http://www.ceao.ufba.br/livrosevideos/pdf/uma%20historia%20do%20negro%20no%20brasil_cap11.pdf
  

 

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