Diversas representações de movimentos culturais populares e do movimento negro, em Alagoas se reuniram no último dia 15 de fevereiro, às 16h, no Quintal Cultural, no bairro da Cambona, em Maceió, tendo como pauta de discussão a violência crescente que atinge a população alagoana, em especial jovens negros e pobres.
Durante a reunião inúmeros desabafos de amigos do músico, dançarino e capoeirista Gutemberg Cassimiro Bandeira, o Guto se fizeram ouvir. Lembraram a morte brutal do ativista, ocorrida , no Conjunto Cruzeiro do Sul, dia 05, com seis tiros na cabeça.
O clima foi de revolta.
Foram diversos os relatos sobre a violência na abordagem policial. Um dos participantes indagou: -Sabe como é que a policia fala com jovem negro e pobre ? Fique de costas e mãos na cabeça! Depois nos revistam.
Aqui a gente não tem medo de bandido o nosso medo é a polícia- acrescentou.
O Plano Brasil Seguro, gestado pelo Governo Federal é visto- para muitos- como uma grande farsa que além de não combater a violência desperdiça dinheiro com ações sem efeito prático- como o aluguel de aeronaves.
“A morte dele, o Guto, é uma constatação do racismo inconstitucional em nosso Estado. Matam pobre e não dá cadeia e negro é que não dá mesmo. Estamos encurralados. O Plano Brasil Mais Seguro não funciona porque não há interesse e não é ninguém da classe deles que morre. O Estado está negligente e negligência é crime, o estado logo é genocida”, ressalta o artista multimídia Rogério Dias.
O governo não investe em políticas públicas e acha que Segurança se resume na repressão policial. É isso que é o Programa Brasil Mais Seguro- fala outro participante.
Após a escuta de todos os participantes ficou decidido que haverá um ato pacifico, em que todos os manifestantes deverão ir de preto, no dia 20 de fevereiro, quarta-feira, na posse do Comitê Gestor do Programa Juventude Viva, que ocorrerá no Palácio República dos Palmares. A manifestação pacifica recebeu a denominação de "Em Nome da Vida", como também a leitura de uma carta confeccionada por jovens amigos de Guto.
Uma comissão organizadora foi tirada da reunião tendo como objetivo o planejamento das próximas ações do Em Nome da Vida.
No encerramento, o artista popular Antônio Severino de Oliveira emocionou os presentes com a leitura do poema Na Beira da Lagoa, em homenagem a Gutemberg

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