UFC:A derrota e suas consequências!

02/01/2013 06:48 - Paulo Chancey Junior
Por Redação

Frustração! Esse foi o sentimento de boa parte dos brasileiros que esperaram até às 02h30 da madrugada de domingo, para acompanharem a tão aguardada revanche dos pesados do UFC, Junior “Cigano” dos Santos e o americano Cain Velásquez.

Antes de qualquer coisa, é preciso lembrar que o americano era o detentor do cinturão da categoria, até ser derrotado com 64 segundos de luta pelo brasileiro, que acertou um direto na têmpora e arrematou o “UFC Belt”.

Quem acompanha o UFC, principalmente os dois lutadores, imaginava que a luta não seria igual. Um novo nocaute seria uma espécie de utopia. Mas, o que se viu foi um monólogo comandado pelo mexicano naturalizado americano, infelizmente.

O primeiro minuto de luta criou grande expectativa dos brasileiros, já que Cigano conseguiu escapar do temido wrestling (jogo de chão) de Velásquez. Porém, ao mesmo tempo, pensando em evitar as quedas, Cigano baixou de mais a guarda e acabou recebendo vários golpes, um deles inclusive, pode ter sido a decisão da luta. Um swing no queixo que levou Cigano ao chão e não mais se recuperar na luta.

A partir deste momento, como diz o narrador do Canal Combate, Rhodes Lima, Cigano virou um passageiro da agonia, sendo amplamente dominado por cinco rounds e perdendo o cinturão. Ao final da luta, o brasileiro estava irreconhecível, com o rosto muito deformado das pancadas. Inclusive, chegou a ser cogitada uma fratura no maxilar do atleta, que logo foi descartada.

Algumas coisas precisam ser ditas. Não desmerecendo Velásquez, que é sem dúvida top da categoria, mas, a postura de Cigano foi no mínimo estranha. Pode até ser que o golpe no primeiro round tenha derrubado por terra a estratégia, mas, por várias oportunidade, Cigano teve a chance de nocautear Velásquez, quando o americano iniciou a luta de forma desesperar buscando as pernas do lutador catarinense, ficando com a cabeça exposta por umas três vezes.

Além disso, uma coisa que me causou estranheza foi a postura da imprensa brasileira especializada em artes marciais, principalmente em MMA. Fizeram questão de destacar o quanto consegue apanhar Cigano, mas não falaram dos seus erros de estratégia, além de endeusar o americano. Acho que os dois são parelhos e o resultado da luta foi estranho, frustrante.

Mas, agora passou. Apesar da derrota, Cigano continua com a moral em alta, é um top da categoria, patrocínios novos, lutador que mais recebeu no evento (R$ 800 mil) e com a promessa de disputar em breve o cinturão.

Coisa pouco comum no UFC, uma trilogia pode acontecer, ou seja, o tira-teima de Cigano e Velásquez, segundo o próprio Dana White. Mas, como o mandatário da companhia mesmo citou, este início de ano irá mostrar novas situações.

Apenas dos machucados, Cigano recebeu apenas 45 dias de licença médica, podendo a voltar a treinar duro em fevereiro. Neste tempo, White poderá escolher se coloca os grandes da categoria frente a frente novamente, ou dará uma luta para cada.

Existe uma grande probabilidade que Velásquez enfrente o vencedor do duelo entre o brasileiro Antônio Pezão e o holandês Alistair Overeem, que se enfrentam em fevereiro nos Estados Unidos.

Outra possibilidade é de outro brasileiro disputar o cinturão. Fabrício Werdum recebeu a promessa do presidente do UFC, que se vencer Minotauro, na decisão dos treinadores do “TUF Brasil II”, poderá buscar o “Belt”.

No entanto, a promessa para Werdum, fazia muito mais sentido caso Cigano ainda fosse o campeão, numa espécie de revanche contra Cigano, que o venceu na sua estréia no Ultimate.

Caso Dana não cumpra a sua promessa, mesmo pouco provável, pode pensar em escalar Ciagno x Werdum, mas essa possibilidade é ainda mais difícil por causa do tempo. Por ser um topo da categoria, o agora ex-detentor do cinturão não poderia ficar parado por tanto tempo, já que Minotauro e Werdum só se enfrentam em junho.

Sendo assim, Dos Santos poderia ter pela frente nomes como Travis Browne e até reencontros com Stefan Struve, Shane Carwin e o “gordinho” Ry Nelson, todos eles massacrados por Cigano.

Um nome que poderia ser interessante, seria do também americano Daniel Cormier, campeão do GP do StrikeForce, que agora está migrando para o UFC, uma vez que a companhia será encerrada. Mas, este lutador, por ser “amigo” de Velásquez, deve baixar a categoria dos meio-pesados, para rivalizar com Jon Jones, Chael Sonnen, Lyoto Machida e Maurício Shogun Rua.

Resumindo, 2013 será um dano ainda mais intenso no UFC. Espero que os brasileiros sejam ainda melhores!

Vale a pena ficar ligado!
 

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