Passada mais uma edição de sucesso do UFC, dessa vez no Rio de janeiro pela terceira vez, é hora de fazer um breve balanço. Sob o comando de Anderson Silva e Rodrigo Minotauro, que deram show, a edição teve ótimos resultados para o Brasil, bem como algumas decepções. Mas, nada que assuste. Nossos lutadores continuam no topo!!!

Cristiano Marcello (BRA) x Reza Madadi(SUE)

Uma luta aberta, cheia de nuaces e uma trocação franca entre o brasileiro Cristiano Marcello e o iraniano radicado na Suécia Reza Madadim, que mostravam muita disposição e se provocaram desde a pesagem.

Na luta, muita agressividade, com estrangeiro agredindo e acertando mais golpes, castigando o brasileiro. Ao final da luta, a decisão ficou com os juízes e era esperada uma vitória de Madadi, mas, surpreendentemente a vitória ficou com o brasileiro que ainda terá de percorrer um longo caminho até uma possível disputa de cinturão da categoria dos leves, que tem o americando Benson Henderson como campeão.

Luiz “Banha” Cané(BRA) x Chris Camozzi(EUA)

Depois de um longo período afastado, por conta de duas cirurgias no joelho brasileiro Luiz “Banha” Cané voltou ao octógono, um ano depois da sua participação na primeira edição do UFC Rio, em agosto do ano passado, quando perdeu para o búlgaro Stanislav Nedkov.

Dessa vez, numa nova categoria, uma vez que desceu dos meio-pesados para os médios.
Dessa vez, o adversário foi o mediano Chris Camozzi. Era esperada uma atitude mais agressiva de Banha, mas o tempo longe do “Cage” parece ter afetado o brasileiro, que pouco atacou e foi minado pelo americano, especialista na luta de chão, mas que fez uma luta estratégica e optou pelo boxe.

No final, decisão unânime dos juízes pela vitória do americano, frustrando mais uma vez o brasileiro, que fica numa situação complicada no UFC, com 4 vitória e 5 derrotas.

Sergio Moraes(BRA) x Renné Forte(BRA)

Um novo encontro de participantes da primeira edição do “TUF Brasil”. Serginho Moraes, que disputou e perdeu a final do programa contra César Mutante, substituindo o lesionado Daniel Sarafian, voltou ao octógono contra Reneé Forte, o único do programa que não tinha lutado.

Dentro do Cage, os lutadores mostraram muita segurança e demoraram para se atacar. Serginho Moraes, especialista no jiu-jitsu, tentou levar o adversário ao chão, mas foi atacado duramente por Forte.

A luta se prolongou até o terceiro e último round, quando Serginho colocou a luta “em casa” e finalizou o adversário com um mata-leão. Essa é a segunda luta de Serginho no UFC, com uma derrota e uma vitória. A expectativa é para a manutenção ou não do seu contrato.

Diego Brandão(BRA) x Joey Gambino(EUA)

Apesar da experiência internacional, quando foi, inclusive, o vencedor da edição do “TUF 14 Finale”, Diego Brandão vinha de derrota na estréia, diante do americano Darren Elkins no UFC 146.

Mas, lutando no Brasil, Brandão reafirmou a sua competência e mostrou maturidade, dominando a luta contra o americando Joey Gambino. Após três rounds, vitória por decisão unânime do brasileiro, que é considerado uma promessa da categoria peso-pena.

Gleison Tibau(BRA) x Francisco Trinaldo “Massaranduba”.

Uma luta “casca-grossa”. Assim eu coloco a luta entre Tibau e Massaranduba. No começo do combate, uma luta de estudo, afinal, os dois sabiam que um golpe poderia definir o combate.

Mas, a luta se desenvolveu com muita atividade, trocação franca e chances para ambos os lados para definição no solo. No final, contou mais a experiência de Tibau, que venceu por pontos e novo famoso “Massaranduba”.

Rony Jason(BRA) x Sam Sicilia(EUA)

Na última luta do card preliminar, um combate que prometia, uma vez que a luta poderia ser definida em qualquer momento e situação. O vencedor do TUF Brasil, Rony Jason, contra o participante do TUF americano, Sam Sicilia.

Rony Jason dominou boa parte da luta, levou alguns sustos na trocação, mas, no segundo round, mostrou a sua verdadeira face e com um “uppercut” no queixo do rival, finalizou o combate com vários socos. Um verdadeiro “TKO”.

Mais uma vitória, agora, o brasileiro deve continuar recebendo lutas duras para quem sabe, em 2013, chegar numa possível disputa de cinturão, quem sabe com o também brasileiro José Aldo, que deve enfrentar o “queixo-duro” Frankie Edgar em janeiro.

CARD PRINCIPAL

Demian Maia(BRA) x Rick Story(EUA)

Na primeira luta do card principal, o brasileiro Demian Maia fez a sua segunda luta entre os meio-médios e conseguiu a segunda vitória. Na luta deste sábado, o adversário foi o perigoso Rick Story.

Mas, se alguém esperava uma luta de jiu-jitsu contra a trocação, viu um combate rápido. Demian que parece estar à vontade na nova categoria, logo jogou o adversário na grade, foi para as costas, acertou vários socos qued machucaram o nariz do “yankee” e depois finalizou com um belo “mata-leão”.

Demian é experiente, especialista no jiu-jitsu e pode chegar longe na categoria, que tem como “campeões” Georges Saint Pierre(linear) e Carlos Condit(interino) e se enfrentam em novembro.

A modesta dica para o lutador paulista, é reforçar o gás e a trocação. Com isso, poderá ser um futuro campeão. Vale lembrar, que Demian já foi um postulante nos médios, quando foi derrotado pelo campeão Anderson Silva.

Phil Davies(EUA) x Wágner “Caldeirão” Prado(BRA)

Era grande a expectativa para o “segundo tempo” do duelo entre o americano Phil Davies “Mr” Wonderful” contra o brasileiro Wágner Caldeirão, combate que foi interrompido por um golpe sem inteção de Davies que machucou Caldeirão no UFC “Shogun x Vera”.

Mas, neste sábado, o empolgado brasileiro não teve vez e foi dominado, quando o estrangeiro logo levou a luta para o chão, onde é especialista e finalizou no segundo round com um triângulo de mão.

John Fitch(EUA) x Erick Silva(BRA)

Para mim, uma das lutas mais importantes dessa edição do UFC. O brasileiro Erick Silva, vindo de três grandes lutas no UFC, contra Luis “Beição” Ramos, Carlo Prater e Charlie Brenemman.

Dessa vez, o adversário serio o “amarrão” John Fitch, que chegou a disputar o título dos meio-médios e perdeu para GSP. Na luta deste sábado, Erick sofreu com o esperado, a luta agarrada do adversário, que cansou a reveçlação nacional.

Em alguns momentos, quando conseguiu fugir da grade, Erick foi rápida, mas não conseguiu impor a sua explosão e trocação franca. Mesmo assim, teve chances de finalizar, mas faltou a força e o gás necessário.

Com isso, Fitch impôs a luta no chão e se sobrepôs no “ground and Pound”, castigando o brasileiro e vencendo na decisão dos juízes, mas, poderia tranquilamente ter vencido por nocaute técnico, uma vez que o brasileiro não reagia aos golpes.

Agora, Erick Silva, ainda considerado um grande lutador, terá de rever a sua preparação para lutas contra lutadores mais experiente, uma vez que só terá “pedreiras” pela frente e deu um passo para a trás num possível “tittle shot”.

Glover Teixeira(BRA) x Fábio Maldonado(BRA)

Outra luta de destaque foi entre os meio pesados Glover Teixeira e Fábio Maldonado, que substituiu o famoso Quinton Rampage Jackson, machucado no joelho.

Apesar de Maldonado ser considerado um grande boxeador, discípulo e Erivan Conceição e Luiz Dórea, não foi páreo para o “monstro” Glover Teixeira. Assim como o “countdown” do UFC destacou, o atleta do complexo Manguinhos, com 34 e que demorou para aparecer no mundo do MMA, parece querer compensar o tempo perdido.

Depois de uma vitória incontestável sobre o americano Kyle Kingsbury no UFC “Shogun x Vera”, Glover foi colocado como favorito para esta luta e não decepcionou.

Sem perder tempo, ele foi para cima de Maldonado e com uma mão “pesadíssima”, derrubou e castigou duramente o rival, que suportou bravamente os golpes.

O único momento de susto, foi quando Fábio, que havia conseguido escapar do chão, mesmo cambaleante, acertou uma esquerda no queixo que balançou Glover, mas, na sequencia, o domínio foi mantido e devido ao castigo, a luta foi encerrada no intervalo do segundo para o terceiro round.

Na minha opinião, Glover entra na reta para uma futura disputa de título. Não pelas duas vitórias, mas pela superioridade. Na própria coletiva de imprensa após o evento, o presidente do UFC, Dana White, levantou a possibilidade de um confronto entre Glover e Phil Davies, que venceu Wágner Caldeirão e esteve perto de um “tittle shot”, quando lutou e perdeu para Rashad Evans por pontos, que posteriormente perdeu para Jon Jones.

Fico ansioso no aguardo dessa luta. Glover é bom e merece uma oportunidade!!

Rodrigo Minotauro(BRA) x Dave Herman(EUA)

Mais um desafio para Rodrigo Minotauro. O baiano radicado no Rio de janeiro que sempre supera desafios, vinha de mais um. Após a derrota contra Frank Mir no ano passado, saindo com uma lesão que culminou numa cirurgia e 16 parafusos no braço direito, Minotauro teve mais uma batalha.

O rival era o americano Dave Herman, que promoveu o evento provocando o “Minota”, afirmando que não precisava de jiu-jitsu e que a chamada “arte suave” não era decisiva.

Como é o destino. Minotauro começou muito bem a luta, atacando e apostando na trocação, enquanto Dave Herman, numa postura um tanto quanto estranha e pouco agressiva, apenas mantinha a distância. Por algumas vezes o combate foi ao chão, mas não representou muito perigo para ambos os lutadores no “Cage”.

Mas, no segundo round, após se atracarem novamente, Minotauro já se posicionou aplicando uma chave de braço. Maior que o brasileiro, Herman se jogava de um lado para o outro, tentando se sair do golpe aplicado.

Mas, numa dessas manobras, o americando acabou dando ao brasileiro a oportunidade para executar o golpe com perfeição. Final de luta, vitória de Minotauro, usando e a usando do BJJ.

Agora, é esperar os próximos capítulos para os dois lutadores, que apesar de tudo, não estão na reta para uma disputa por título. Minotauro pela experiência e pelo fato de Junior Cigano, amigo e companheiro de treino ser o campeão, não ostenta esse desejo. Dave Herman, é um caso ma parte, acredito eu que não tem força para chegar a um “tittle shot”.

Anderson Silva(BRA) x Stephan Bonnar(EUA)

O maior lutador do UFC de todos os tempos enfrentava o “psicopata Americano”. Assim era denominada a luta entre Anderson Silva contra Stephan Bonnar.

Até o próprio UFC colocava uma vitória de Bonnar como improvável e o considerava uma zebra. Anderson Silva por sua vez, vinha da famosa “luta do século”, quando venceu Chael Sonnen em julho e aceitou o duelo para salvar o evento.

Confesso, que assim como já torci e muito pela seleção brasileira, fiquei nervoso e apreensivo pelo combate. Afinal, um golpe pode definir uma luta, assim, rápido.

Anderson Silva não é imbatível, já tem uma derrota na carreira, ainda como amador, pode ser que no UFC termine ou não invicto, mas, a sua auto-confiança é incrível.

Diante de um lutador mais alto e mais forte, Anderson Silva literalmente deu a cara pra bater, recebeu golpes, pediu calma ao treinador e num rápido lance da luta, consegui derrubar o rival, que tentava fazer o mesmo, distribuiu alguns socos e com uma forte joelhada no “plexo”, área do peitoral, praticamente acabou com a luta, já que Bonnar caiu sem defesa me ainda recebeu golpes até o árbitro Mark Goddard encerrar o combate com a vitória de “Spider” por nocaute técnico.

Surpresa, nenhuma, apenas a constatação da superioridade. Mas, quem poderá parar este lutador? George Saint Pierre poderia ser um rival para o meio do ano que vem, unindo os dois maiores campeões do UFC. Na coletiva de imprensa, Dana White agora aposta em Jon Jones para parar o brasileiro, numa luta que seria, essa sim, a luta do século.

Tanto Anderson como Jones já rejeitaram essa luta, já que os dois afirmam se respeitar e quem perder, perderia um legado. Mas, o mandatário do UFC aposta no dinheiro, que tenho certeza não será o problema, já que a venda seria fácil!

É pagar pra ver e esperar! Vale a pena ficar ligado!