Hoje estaríamos indo para Cuiabá - MT para defender o estado de Alagoas no Handebol Masculino com nossa Escola Estadual Margarez Lacet, porém o próprio governo estadual nos ceifou os sonhos...

Professor  de Handebol Eduardo  Cavalcante

"Neste dia triste recebi um e-mail do meu amigo e professor Walter Calheiros... Vamos compartilhar e fazermos uma análise do futuro destes 158 jovens..."

Educação em ALAGOAS: Um atentado aos sonhos e a democracia
Olimpíadas Escolares e CEE: É triste ver o caminhar da gestão educacional no Estado de Alagoas.

* Walter Calheiros

É triste ver o caminhar da gestão educacional no Estado de Alagoas. Não bastasse os escândalos com os desvios de verbas, usurpação da merenda escolar, escolas sem professores e sem o tempo mínimo regulamentar exigido pela lei, nos defrontamos com a implantação de uma gestão autocrática e a destruição de sonhos de crianças e adolescentes, como os das Olimpíadas Escolares (Nacional) que viram seus sonhos cerceados, após uma preparação de mais de seis meses.

Paralelamente, com as decisões tomadas pelo governo alagoano, nos deparamos com o aumento da criminalidade e as drogas, formando uma relação direta com o descaso educacional. Igualmente, somos bombardeados, diuturnamente, pela imprensa falada, escrita e televisada, juntamente com a sociedade, que cobra uma tomada de atitude no sentido de soluções para a insegurança por que passa Alagoas, exigindo mais punições, cerceamento de liberdade, redução da maioridade penal, aumento do tempo de reclusão e, até, pasmem, prisão perpétua e pena de morte. É ai que nos perguntamos:

Onde estarão, amanhã, nossos jovens que viram seus sonhos destruídos com o cancelamento abrupto de uma viagem tão sonhada?

Igualmente, referendando o sistema caótico que passa a educação em Alagoas, o Governo do Estado, em vez de corrigir seus erros gritantes e assumir uma postura voltada para a resolução dos problemas educacionais, altera por meio de decreto a constituição do Conselho Estadual de Educação (de forma autocrática, autoritária e antidemocrática), tirando sua autonomia e independência.

Nesse sentido, ao ferir a gestão democrática, pela qual vinha sendo conduzido, torna-o subserviente aos ditames de um governo (dito democrático), que, ameaça, penaliza e afasta educadores opositores que denunciam seus desmandos.

O colegiado do CEE, antes formado democraticamente por setores da sociedade organizada, agora se encontra sob o domínio ditatorial de um governo com os piores índices sociais, principalmente os relacionados com a segurança pública e a educação. Nesse sentido, gestores nomeados pelo Governo, em vez de atacar a negação da educação em Alagoas fecha as portas para a democracia visando esconder seus desmandos, como desvios, analfabetismo, corrupção, crianças fora da sala de aula e escolas sem funcionar de acordo com a lei, atestando o estado vergonhoso que passa a educação alagoana.

Meus caros leitores e amigos de missão educativa: Ser escola não significa apenas prover meios para a concretização do ensino e da aprendizagem (coisa que o governo de Alagoas não vem fazendo) mais, também, desenvolver políticas voltadas para saúde, lazer e esportes, formando jovens para a cidadania, pleno desenvolvimento e transformação social, conforme preconiza o Art. 2 da LDBEN.

Mas como fazer isso destruindo sonhos de crianças pobres? Nesse sentido, o aborto agressivo da viagem de quase duas centenas de jovens selecionados para a participação nas Olimpíadas Escolares em Campo Grande – MS, 48hs antes do embarque frustrou, destruiu, violentou, decepcionou (pasmem, por falta de recursos?), desequilibrando crianças e jovens (a grande maioria de escolas públicas) e suas famílias, aumentando, ainda mais o descrédito na Educação em Alagoas.

Essas famílias (muitas pobres) se prepararam (cortando na própria carne) provendo vestimentas e outros acessórios para a viagem de seus filhos e filhas, que se viram violentadas com a notícia governamental. Nesse sentido a escola fechou as portas para sua juventude, jogando-os na sarjeta do descrédito e nas mãos do crime, das drogas e do tráfico, que, com certeza, tem mais convencimento para o mal que o sistema educacional alagoano para o bem.

Para tanto, o que vemos nos dias de hoje é o retrato de um estado da mentira e do caos. Um estado onde reina a criminalidade; um estado “campeão” nas estatísticas mundiais de assassinatos de crianças e jovens entre 12 e 18 anos; um estado onde a falta de educação e ensino faz crescer a universidade da marginalidade, aumentando, ainda mais, a violência, incentivado pelo próprio governo, que ao abortar uma viagem educativa, provoca a descrença de crianças, jovens e famílias na educação proporcionada pelo sistema alagoano e, indiretamente, joga seus alunos para a vida mundana e anti-social, após destruir seus sonhos.

Ora, como educar com tantos absurdos? Como afastar nossos jovens do perigo das fétidas prisões? Com milhares de alunos fora da sala de aula e a forma como o governo conduz a educação e suas atividades extraclasses, mesmo transformando as escolas em presídios não resolveria o problema. Nesse sentido, a grande vencedora é a escola da marginalidade, que por meio do vácuo educacional, alimenta, ainda mais, os índices sociais negativos.

Temos que entender que um futuro promissor se constrói no banco das escolas e nas suas atividades extracurriculares, como arte, lazer e esporte, contribuindo para a formação de um cidadão saudável de mente e de corpo, desaguando em uma educação de qualidade. No entanto vivemos em um estado que não objetiva o seu crescimento. São milhares de vidas fragilizadas pela ausência do poder público proporcionando alimento para o mercado marginal que se aproveita dessa ausência para cativar e corromper a juventude para os ganhos fáceis.

Crianças e jovens amadurecidos precocemente, de forma negativa, que não conseguem visualizar um futuro promissor; jovens sem a dimensão do sonho, que vem sendo destruído por um sistema que deveria alimentar para a esperança de um futuro melhor. Para tanto, vivemos em um estado autocrático, de minoria dominante que não pensa no crescimento da maioria submissa, pobre e miserável.

Um estado que só pensa em penalizar sem buscar a base para a solução de todos os problemas, que é a educação.

Portanto, quem não educa constrói prisões, atestando a incompetência de políticos e gestores que deveriam se voltar para o crescimento de seu povo.

Walter Calheiros
Professor de Educação Física; Pedagogo.
Especialista em Gestão Escolar, Mestre em Educação.

Vi este texto em meu facebook e solicitei autorização do Professor Walter Calheiros para publicar aqui no blog, pois entendo que a educação e o incentivo aos jovens é uma das formas de prevenção às drogas, como queremos retirar nossos jovens das drogas com tamanha insensibilidade e hipocrisia?

Vale salientar que não foram apenas os atletas de handebol que deixaram de participar dos jogos de Cuiaba, e sim atletas de todas as modalidas.

Plagiando o Bóris Casoi...........ISSO É UMA VERGONHA..............