Marta é assistente social da Maternidade Escola Santa Mônica e o desabafo foi feito durante visita do Fórum de Judicialização da Saúde à Maternidade Escola Santa Mônica, que aconteceu na segunda (03) de dezembro. Localizada no bairro do Poço,em Maceió,AL, a Santa Monica é referência para gestantes de alto risco.
A convite da vereadora Heloísa Helena, a coordenadora do Instituto Raizes de Áfricas, Arísia Barros, acompanhou a visita e os relatos da funcionária: Os servidores da Santa Monica trabalham com grande abnegação, mas não dá para trabalhar por amor a vida toda. A gente tem família e compromissos.
A escassez de recursos humanos é alarmante, como também a questão salarial diferenciada entre as categorias. O problema está para além dessa instituição. Como essa rede está funcionando?- indaga a assistente social.
O coordenador da Obstetrícia de Plantão, Robério reforça:- A pior coisa que tem para o profissional é a gente se adaptar ao que é ruim. É o que está acontecendo.
Obstetrícia é uma urgência. Tenho 28 anos de formado e cada vez que vou atender uma urgência entro com medo.
O que acontece com a Santa Mônica? Como tem compromisso com a vida, nunca fechamos o portão, por isso que tem tantos pacientes no chão.
A situação existe e todo mundo sabe. Não temos condições de trabalho.
Dos 20 obstetras que compõem a equipe de médicos de Palmares/Pernambuco 18 são de Alagoas. Lá se ganha quatro vezes mais do que em aqui. Os médicos preferem ir trabalhar lá fora, mesmo enfrentando três a quatro horas de carro do que ficar em Alagoas.
Participante do Fórum a vereadora Heloísa Helena reafirma: A santa Monica só se torna um problema quando ela se torna solução da rede de Saúde Básica que não funciona, assim acontece com o Hospital Geral do Estado.
Segundo, o corregedor-geral do Tribunal de Justiça do estado de Alagoas e coordenador do Fórum, desembargador James Magalhães: O Fórum é uma iniciativa do Poder Judiciário Brasileiro, com o objetivo de apresentar a visão do Judiciário sobre questões que envolvem o Direito da Saúde, e, é formado por gestores da Saúde e representantes de diversas instituições e do Tribunal de Justiça e traz como objetivo ser um instrumento facilitador para que o sistema de saúde venha trabalhar a contento."