Quando ouvimos falar sobre crack, a primeira imagem que nos surge em mente são de pessoas muito magras, com roupas sujas e rasgadas, esquivas e muitas vezes agressivas, com fala confusa, largadas nas ruas, fazendo uso da substância a céu aberto.

Lembramos de mães desesperadas, filhos abandonados, criminalidade e prostituição aumentados, propagação de doenças como HIV, Hepatite entre outras. Vemos também jovens gestantes que geram seus filhos que já apresentando síndrome de abstinência ao nascerem, deixando claro estarem a mercê da própria sorte, sem saber sobre as sequelas que terão, detectadas provavelmente a partir da idade escolar.

Este é um cenário terrível ao qual estamos nos habituando a ver e conviver, e que na verdade, deve ser solucionado.

O crack é uma droga derivada da cocaína, cujo modo de administração faz com que seu efeito seja obtido de maneira muito mais rápida, porém, também com pouca duração, o que a torna tão devastadora.

O dependente do crack tem sua capacidade cognitiva e social deteriorada, estando propenso à irritabilidade extrema, tem comprometimento físico, isentando-se de afetividade e laços familiares.

Trata-se de um ser humano à beira da destruição, um fracassado total, insano. No primeiro diálogo, dirá que não mais voltará a consumir o crack, que não quer mais usar drogas, o que muitas vezes pode ser verdade.

O problema está na fissura causada pela droga que o impedirá de manter-se abstêmio, indo em busca da substância o mais rápido que puder, ou, como estamos acostumados a ver em noticiários ou pelas ruas, permanecem em condições precárias, sem nenhuma higiene, nas ruas, próximos a fonte de seus desejos.

Do ponto de vista físico, a lesão provocada pela dependência é apagada em meses; isto quando não houverem ocorrido sequelas, que então se tornarão permanentes no dependente químico.

Mas do ponto de vista psicológico, quem utiliza o crack seis ou no máximo oito vezes já se torna um dependente que precisa de auxilio médico constante. Vemos em alguns casos, pessoas que se tornaram dependentes após o primeiro ou no máximo segundo uso do crack.

Na grande maioria, tornam-se dependentes do crack para a vida toda, sujeito a uma morte precoce, por motivos diversos, tais como problemas físicos decorrentes do uso da droga, envolvimento com a criminalidade, suicídio, etc.

O crack eleva a temperatura corporal, podendo levar o usuário a um acidente vascular cerebral (AVC). A droga também causa destruição de neurônios e provoca no dependente a degeneração dos músculos do corpo (rabdomiolise), o que dá aquela aparência esquelética ao individuo: ossos da face salientes, braços e pernas ficam finos e costelas aparentes.

O uso do crack frequentemente leva o usuário à pratica de pequenos delitos, para obter a droga. Estudos relacionam a entrada do crack como droga circulante em São Paulo ao aumento da criminalidade e da prostituição entre os jovens, com o fim de financiar o vício.

Tanto na periferia como nos grandes centros onde a droga se faz presente, jovens prostitutas viciadas em crack são o nicho de maior crescimento de AIDS no Brasil.

O efeito social do uso do crack é o mais devastador, entre as drogas normalmente encontradas no país.

O crack é considerado uma droga de baixo custo, mas, na verdade, torna-se extremamente cara se pensarmos no elevado grau de obsessão e compulsão causados por ela, motivo pelo qual seus usuários recorrem aos delitos e a prostituição para sua obtenção.

Trata-se de estimulante que ocasiona em dependência física e, posteriormente, levando seu usuário a morte devido a sua ação sobre o sistema nervoso central e cardíaco. Os efeitos psicológicos são euforia, sensação de poder e aumento de autoestima.


Esta realmente é uma droga devastadora, mas, não podemos considerá-la a única a causar danos sérios a pessoa e a sociedade.

Hoje nos deparamos com uma série de drogas sintéticas, que passam inadvertidamente devido a notoriedade dada ao crack, e que são tão prejudiciais quanto qualquer outra substância.


Joaquim Miranda
Cuore – Centro de Orientação e Tratamento de Dependentes Químicos e Alcoólicos
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