É uma droga nova?

Verdade: (se comparada a outras drogas). Surgiu 1984/85 em Los Angeles, no Brasil em 1988. Foi registrada na divisão de crimes e investigações sobre entorpecentes (DISE) em 1990.

Cocaína e Crack são a mesma coisa?

Mito: (em parte). Eritroxylon coca é inalada, injetável. O Crack é a cocaína sem o bicarbonato de sódio, desta forma ela se torna volátil com ação mais rápida.

Usuários de Crack e Cocaína têm o mesmo perfil?

Mito: Jovem, desempregado, baixa escolaridade, baixo poder aquisitivo, família desestruturada, múltiplas drogas, comprometimento sexual de risco, maior envolvimento com contravenções. 

Só pessoas marginalizadas usam?

Mito: O Crack não tem poupado classe social ou grau de escolaridade. 

O consumo de drogas lícitas precocemente antecede o Crack?

Verdade: A maioria dos usuários tem histórico de álcool e tabaco.

Todos dependentes terão a mesma história evolutiva?

Mito: Alguns conseguem manter por anos o consumo conciliado a atividades cotidianas e sem atividades ilícitas.

As pessoas usam porque é prazeroso?

Verdade: (só no início) Anos 90 buscam por sensação de prazer. Anos 2000, para diminuir a fissura e lidar com problemas familiares e frustrações.

É muito barato, não dá lucro ao tráfico?

Mito: Curta duração dos efeitos mais compulsão por novas doses, gasto mensal superior o da cocaína refinada.

Basta usar poucas vezes para se tornar dependente?

Mito: Não existe padrão para a instalação da dependência. O risco é maior no primeiro ano.

Trouxe mais problemas?

Verdade: Maior taxa de hospitalização, subemprego e desemprego, violência, vitimização e gastos com o sistema carcerário, estigma e isolamento social, perdas familiares, intenso sofrimento emocional. 

Texto: Dr. Urânio Paiva Ferro

Referências:

Alves HNP et al. Cocaína e Crack in Diehl, Cordeiro e Laranjeiras. Dependência química – prevenção, tratamento e políticas públicas 2011.