Um novo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através do Censo 2010, mostrou que cresceu de forma vertiginosa o número de relacionamentos consensuais, caiu o número de divórcios e mostra ainda, o crescimento de solteiros em Alagoas.

Em 2010, o Censo apurou que a população de Alagoas atingia a casa dos 3.120.494. sendo que, 1.232.470 viviam em união conjugal, sendo que 780.341 são casadas no civil e no religioso, ou seja, formalmente, enquanto 531.224 vivem em relacionamentos consensuais.

Nupcialidade: Uniões consensuais crescem de 28,6% para 36,4% em dez anos

O Censo 2010 indica um crescimento significativo das uniões consensuais em relação a 2000. Em 2010, das pessoas casadas, 36,4% viviam em união consensual, contra 28,6% em 2000. O Amapá foi o estado que apresentou o maior percentual de uniões consensuais (63,5%) e Minas Gerais, o menor (25,9%). Reduziram-se os percentuais de pessoas que viviam unidas através do casamento civil e religioso (de 49,4% para 42,9%) e daquelas unidas apenas no religioso (de 4,4% para 3,4%). O percentual de pessoas casadas apenas no civil variou pouco, passando de 17,5% em 2000 para 17,2% em 2010.

Esse perfil se reflete nos estados civis: os solteiros continuam sendo mais da metade da população (55,3%), subindo 0,5 ponto percentual em relação a 2000 (54,8%). Os casados caíram de 37,0% para 34,8%. Já o percentual de divorciados quase dobrou, passando de 1,7%, em 2000, para 3,1% em 2010. O grupo de desquitados ou separados caiu de 1,9% para 1,7%. Em relação às unidades da federação, Rio de Janeiro (4,1%), Mato Grosso do Sul (4,1%) e Distrito Federal (4,2%) apresentaram os maiores valores de pessoas divorciadas e o estado com o menor percentual foi o Maranhão, com 1,2%.

Em relação a 2000, o percentual de pessoas separadas aumentou de 11,9% para 14,6% em 2010. Verificou-se também redução no percentual de pessoas que nunca viveram em união, de 38,6% para 35,4%. O percentual de pessoas que viviam com o cônjuge passou de 49,5% em 2000 para 50,1% em 2010. O Rio de Janeiro apresentou o maior percentual de pessoas que viveram separações, 17,5%. Rondônia foi o estado com o maior aumento do percentual de pessoas que não viviam, mas já viveram em união conjugal: de 10,0% em 2000 para 13,3% em 2010.

Mais da metade dos casais do mesmo sexo (52,6%) estão no Sudeste

O Censo 2010 investigou ainda algumas características das uniões entre cônjuges do mesmo sexo. Em relação ao nível educacional, 25,8% das pessoas envolvidas em uniões com cônjuges do mesmo sexo declararam possuir superior completo. Em termos de opção religiosa, houve predominância de pessoas católicas (47,4%), seguida por pessoas sem religião (20,4%). O estado civil preponderante foi o de solteiros (81,6%), e 99,6% viviam em união consensual. Mais da metade dessas uniões se encontrava na região Sudeste (52,6%).

União consensual é principal escolha entre pretos (46,6%) e pardos (42,6%)

A distribuição por cor ou raça das pessoas que viviam em união revela que aqueles que se declararam pretos ou pardos optaram em maior proporção pela união consensual (46,6% e 42,6%, respectivamente). Observou-se ainda que esse tipo de união é mais frequente entre as pessoas de até 39 anos, o que estaria relacionado a condições socioeconômicas mais precárias, uma vez que o maior percentual foi encontrado na classe de rendimento até ½ salário mínimo per capita (48,9%), decrescendo conforme o rendimento aumentava.

O Censo também analisou o estado conjugal em relação à religião. Entre os que optaram pelo casamento civil e religioso, houve uma maior frequência de pessoas que se declararam católicas (37,5%) ou evangélicas (26,5%), enquanto a união consensual foi a principal escolha para os sem religião (59,9%).

Homens no Sudeste se casam mais tarde

O Censo 2010 também verificou que, até os 39 anos de idade, as mulheres estavam unidas em maior proporção do que homens, que se casam, em média, com 25,9 anos, contra 23,0 anos para as mulheres. A média para o país é 24,4 anos, e a região Sudeste apresentou a mais alta idade média ao casar (24,8 anos), tanto para os homens (26,7 anos) como para as mulheres (23,8 anos).

Em relação àqueles que não viviam e nunca viveram em união, observou-se que entre os jovens de 10 a 19 anos de idade, 96,8% dos homens e 90,0% das mulheres não estavam unidos. No caso dos idosos (60 anos ou mais de idade), o percentual de mulheres que nunca contraíram uma união foi mais elevada, 7,4%, contra 4,6% para os homens. As diferenças foram ainda mais marcantes no grupo de 20 a 29 anos de idade, no qual 53,6% dos homens e 38,5% das mulheres não viviam e nunca viveram em união.

69,3% dos brasileiros escolhem parceiros da mesma cor ou raça

Em relação às configurações das uniões conjugais no tocante à cor ou raça dos cônjuges, os dados do Censo Demográfico 2010 mostraram que 69,3% das pessoas de 10 anos ou mais estavam unidas a pessoas do mesmo grupo de cor ou raça, enquanto, em 2000, esse percentual era 70,9%. Esse comportamento foi mais forte dentre os grupos de brancos (74,5%), pardos (68,5%) e indígenas (65,0%). Já dentre os pretos (45,1%), observou-se que os homens tenderam a escolher mulheres pretas em menor percentual (39,9%) do que as mulheres pretas em relação a homens do mesmo grupo (50,3%).

No que se refere à escolaridade, 68,2% das pessoas uniram-se a outras de mesmo nível de instrução, percentual superior ao observado em 2000 (63,0%). Em 2010, 51,2% das mulheres com nível superior completo estavam unidas a homens desse mesmo grupo, enquanto somente 47,0% dos homens com esse nível de instrução estavam unidos a mulheres do mesmo grupo.