Desde o final dos anos 70 que surgiu no meio da psicoterapia o conceito de co-dependência inicialmente usado para descrever as pessoas cuja vida era afetada por alguém dependente de drogas ou álcool.
Este conceito teve origem nos Alcoólicos Anônimos que organizaram grupos de auto-ajuda para apoiar os cônjuges de pessoas dependentes do álcool.
A reflexão é entender como pode um familiar conviver com um membro da família que apresenta comportamento inadequado.
O amor doentio leva a comportamentos que detonam o seguimento de possibilidades, na reestruturação daquele que necessita de ajuda.
Quando um jovem inicia o seu convívio com uma substância psicoativa, a sua primeira sintomatologia é uma alteração comportamental que assusta. Assim, inicia-se a primeira fase da coodependência que se caracteriza pela negação.
O não acreditar, mesmo com todas as evidências de alteração comportamental é um erro de amor.
No seguimento do processo de adoecimento, as evidências ficam cada vez mais claras impossibilitando a fase da negação, não da mais para negar. Inicia-se a fase da minimização, o uso da substância já se encontra definida, mais com uma venda nos olhos.
Questionamentos pessoais como: só foi uma vez, eu já falei com ele e prometeu a não usar mais, o meu filho errou porque um amigo o levou ao mau caminho.
Estas observações tranqüilizam e confortam o coração do coodependente mais promovem o conforto da doença.
A terceira e quarta fase caracterizam-se pela sensação de que pode controlar a situação com conselhos, advertências e castigos.
Não conseguindo êxito, parte para a barganha. Condição grave de relacionamento por existir perdas de todas as ordens, materiais, sentimentais e espirituais com uma grave sensação de impotência.
Quinta e última fase, a exaustão de um relacionamento doentio e progressivo. Instala-se a frustração, com sentimentos de irritabilidade e depressão, a família não suporta mais o convívio e pede ajuda. Neste momento inicia-se toda uma abordagem terapêutica.
A vergonha da família e a descriminalização da sociedade atrasam o processo terapêutico, tornando a coodependência uma doença mais grave.
Texto:
Dr. Uranio Paiva Ferro
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