O telefone toca e alguém muito próximo do outro lado lhe fala que seu filho fuma maconha, e a fonte é segura e não é fofoca. Já tinha o visto bebendo e não falei nada, pois pensei o que tem de mal um garoto de 15 anos beber, já é quase homem e todo mundo bebe, mas fumar maconha? Por quê? Meu Deus!

 Isso acontece com muita frequência nos lares brasileiros e principalmente nordestinos, é mais comum do que se imagina, em pesquisa recente da UNIFESP afirma que mais de 70% dos menores conseguem com muita facilidade comprar bebidas alcóolicas em nosso País, isso que existem leis proibindo com ampla divulgação desta proibição em todos os meios de comunicação.

 No Brasil o problema número um quando se fala em dependência química é o álcool, que é lícito e vendido em qualquer lugar e por pouco até em farmácias íamos poder comprar tal mercadoria. Mas a população está preocupada com o crack e quer liberar a maconha, são muitos os contra censos naturais de uma sociedade adoecida e corrompida.

 Nos fins de semana é comum de se ver em bares e festas menores fazendo uso de álcool e em muitos casos embriagados e em situação de alto risco de vida, lotando emergências de hospitais e prontos socorros em busca de ajuda devido a brigas, quedas, acidentes de trânsito ou por causa da própria embriagues, chegando ao coma alcóolico muitas vezes, e ninguém vê esta situação.

 Mais de 90% dos usuários de drogas ilícitas afirmam terem começado com o álcool e uma das primeiras drogas ilícitas que usou, foi a maconha, quase que numa banalização social mostrando total imaturidade e irresponsabilidade de nossa sociedade em relação a nossos adolescentes e jovens.

No caso de adolescentes e jovens as drogas potencializam seus comportamentos como a onipotência e a impulsividade, expondo-os aos maiores perigos possíveis e envolvimentos com criminalidade, gravidez precoce, doenças perigosas sexualmente transmissíveis e problemas com drogas cada vez mais potentes.

Os pais precisam saber que é unânime a posição dos especialistas que o menor não pode tomar uma gota que seja de álcool por não ter estrutura corporal e psicológica para suportar tamanha agressão em seu organismo.

Os hospitais psiquiátricos, clínicas especializadas e comunidades terapêuticas faltam leitos para internar a população que precisa de tratamento devido ao uso de álcool e outras drogas, hoje em Alagoas mesmo com uma ampla rede funcionando chegando a quase 1.500 pessoas internadas, não temos vagas para tanta gente que precisa de ajuda.

Nesta última eleição a Lei seca não foi aplicada por não ter como fiscalizar o cumprimento da mesma em nossa cidade e em algumas outras deste nosso País.

E o País perdeu a moral quando afirma que vai descumprir a Lei permitindo que durante os jogos da copa do mundo volte a vender e consumir bebidas alcóolicas em estádios.

Para mim esta claro que perdemos o controle sobre a venda e consumo do álcool.

Com isso tudo falar em Descriminalização de Drogas é no mínimo uma falta de responsabilidade e bom senso não dá conta em nossa sociedade do que é lícito querem liberar mais do que está, sabendo que se descriminalizar vai aumentar a oferta e com isso aumenta e muito também os problemas derivados deste uso, pobre de nossas famílias que além de ouvir que álcool não é proibido e que ninguém tem nada a ver com o uso abusivo e criminoso do mesmo, teremos que estender a outras drogas. 

DANILO DELLA JUSTINA
PSICÓLOGO CRP-15/2070

Especialização em Gestão de Pessoas nas Organizações pela UFSC
Doutorando em Psicologia Social - Universidad Kennedy - Buenos Aires
Professor do curso de especialização em dependência química no Cesmac
Coordenador do Eixo Prevenção no Programa Crack é Possível Vencer