Para dourar a pílula, toda vez que uma bala alcança um cidadão comum, fala-se que morreu devido a uma bala perdida. Assim, a mãe que se deparou com seu filho morto, teve o consolo de saber que ele foi atingido por uma bala perdida.

De onde vem a bala pouco interessa. Ela pode vir de um “bandido” ou de quem quer que seja. O fato é que ela tem um endereço certo: um inocente.

(por Jota Silva - Minuto Sertão)

A noite desta sexta-feira (12) foi marcada com a morte de dois jovens, vítimas de disparos de arma de fogo, na cidade de Delmiro Gouveia. Clebson Berlarmino de Araújo, o “Clebinho”, 18, e Weslley Sharles Barros, 19, foram mortos, na Rua Joana Angélica, bairro Pedra Velha.
Conforme o relato de testemunhas, “Clebinho” estava na rua, por volta das 22 h, quando dois homens em uma motocicleta não identificada o surpreenderam com vários tiros. A vítima tentou escapar, mas foi atingida com um disparo no pescoço, não resistiu ao ferimento e morreu.

Durante os disparos, o jovem Weslley que estava sentado em uma cadeira, na parte frontal da residência da namorada, acabou sendo atingido com um tiro no olho. O jovem teve morte instantânea. Por pouco, a garota que tinha saído para dentro de casa não acabou sendo atingida também. Os assassinos fugiram tomando destino ignorado.

A polícia civil do 26º Distrito Policial acredita que Weslley estaria no local e hora errados, pois o alvo dos assassinos seria “Clebinho” que já havia sido detido em setembro deste ano acusado de furto. O crime pode está relacionado à vingança, apura a polícia.

Os corpos dos jovens foram removidos pelo Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca. O caso é investigado pelo delegado regional Rodrigo Rocha Cavalcanti.

(por Jota Silva - Minuto Sertão)

O que temos não são algumas balas perdidas, mas uma sociedade violenta, tanto no meio urbano como no meio rural.

Mais uma mãe volta para casa com uma sensação de vazio, tristeza, perda, uma “pancada” que será duro um dia digerir. A mãe do jovem acima mencionado na reportagem do Jota Silva – Minuto Sertão, perde seu filho de apenas 19 anos de idade vitima de bala perdida, durante um acerto de contas sabe-se lá de que, o que sabemos realmente é que a vida de um jovem foi ceifada precoce e cruelmente.

Até quando teremos que ver mães, pais, esposas, filhos, e amigos chorando por brutalidades como essa que somente é similar de países em guerra.

O que falta para nosso Estado de Alagoas e o nosso Brasil se tornarem um local onde nossos cidadãos possam viver com segurança e dignidade?

Entendo que uma reforma em nossas Leis ajudaria um pouco para diminuição da criminalidade, uma vez que a certeza da impunidade ajuda na ação de criminosos que entra por uma porta de cadeia e sai por outra.

Eu acredito e confio em nossa Polícia, esses homens e mulheres colocam suas vidas em perigo todos os dias, ao fazerem suas incursões, em prol da segurança da população.

O debate sobre segurança em Alagoas precisa, urgentemente, ser despido das soluções simplistas e mágicas, assim como dos interesses eleitorais ou eleitoreiros que, normalmente, agravam ainda mais os problemas que supostamente pretendem resolver.

E, acima de tudo, uma política de segurança pública só pode ter esse nome se estiver lastreada numa atuação policial em conformidade com os controles formais e legais que são constitutivos do Estado Democrático de Direito.