CO-DEPENDENCIA
A co-dependência ocorre quando uma pessoa “toma conta” de um indivíduo usuário e dependente de uma substância psicoativa, criando um vínculo que “asfixia” e que gera um esforço imenso fadado ao insucesso. É a doença da família do dependente, que preocupa-se excessivamente com a doença do outro e acaba adoecendo junto com o mesmo, sofrendo e estressando-se.
Co-dependente é aquele que foge de si mesmo e fica ao lado do dependente. É aquele cuja vida fica descontrolada, por viver uma relação comprometida com o dependente.
Um outro conceito, diz que uma pessoa co-dependente é aquela que deixa o comportamento de outra pessoa controlar o seu e que fica, por seu turno obcecada em controlar o comportamento da outra pessoa.
Tudo começa com o fato de nos encontrarmos ligados (por amor, obrigação ou dever) a alguém muito complicado, doente física ou emocionalmente, que por conta desta doença se auto-destroi ou desiste de viver e precisa, aparentemente, de nosso apoio e cuidado constante.
O Co-dependente apresenta algumas características como:
No início temos a Negação, onde os familiares fingem que o problema não é tão grande como realmente é e acreditam em mentiras obvias e mentem para si mesmos.
Não traçam limites fortes, isto é, verbalizam que não tolerará mais determinados comportamentos, no entanto aumenta gradualmente sua tolerância até poder suportar e fazer coisas que disse que nunca faria.
Outra característica é a necessidade de Tomar Conta, isto é, sentir-se compelido, quase forçado, a ajudar aquela pessoa a resolver seu problema.
O co-dependente tem Baixa auto-estima, tende a Negar que sua família seja problemática, reprimida ou anormal e ter fortes sensações de baixa auto-estima, agravando assim a Dependência, por isso, muitos co-dependentes toleram abusos para que as pessoas continuem a amá-los, tentam provar que são bons o suficiente para serem amados.
É uma obsessão, o co-dependente senti-se terrivelmente ansioso quando a problemas e pessoas e a preocupar-se com coisas sem importância.
Também tendem a querer o Controle,por isso, a maioria dos co-dependentes tem medo de deixar que outras pessoas sejam quem realmente são e tentam controlar os acontecimentos e as pessoas através de impotência, culpa, coerção, ameaças, aconselhamento, manipulação ou domínio.
FASES DA CO-DEPENDÊNCIA
1) Negação – dura em média 3 a 5 anos. Os familiares não querem acreditar, não vêem o óbvio.
2) Depressão – constatada a dependência química, começam a aparecer as sensações desagradáveis, como a tristeza, vontade de chorar, vontade de gritar pela dor, vazio, culpa, medo, sensações de impotência...
3) Negociação – fazer barganha é comum, como “se você parar com o uso, eu volto pra casa...”
4) Raiva – a raiva é um sentimento ruim, atrapalha a vida, dificulta o bom senso e a habilidade de resolver as situações que aparecem durante o processo terapêutico, por isso precisa ser tratada.
5) Facilitação – é toda atitude que o co-dependente adota e que irá perpetuar o consumo de drogas pelo dependente químico como: a) minimizar; b) controlar; 3) Assumir responsabilidades; Compactuar
6) Aceitação – tempo de paz. A vida começa a mudar. Aceitar é um processo doloroso, demorado e difícil. É o início do processo terapêutico.
Conclusão
O dependente químico negligencia as responsabilidades, desvencilhando-se das atividades familiares, preferindo ficar sozinho ou na companhia de outros dependentes.
Se o dependente for um dos cônjuges ou um progenitor, a família sente um profundo sentimento de perda e rejeição. Se for um adolescente que passa as noites fora de casa, quebrando com todas as regras estabelecidas, os pais geralmente se frustram e ficam zangados.
Todavia, efeitos mais profundos e prejudiciais ocorrem silenciosa e insidiosamente no interior de cada pessoa da família. A princípio são mudanças internas sutis, quase imperceptíveis.
Porém, na medida em que o problema da droga avança, os familiares voltam suas atenções e energia única e exclusivamente para o problema do dependente.
A família passa a girar em torno do problema, tentando descobrir se o dependente está fazendo uso da droga novamente, reagindo ao comportamento irracional do mesmo, implorando e brigando para que o dependente busque ajuda, colocando “panos quentes” no relacionamento do dependente com seu patrão.
A co-dependência tem cura, o processo é longo, doloroso e requer necessidade de mudança, valores, princípios, tempo, e atitudes.
É necessário estar disposto a mudar, participar e procurar um profissional para se tratar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EM DEFESA DA VIDA. Santander Elismar, Ed. Paulus, 2003. SP
DEPENDÊNCIA QUIMICA - Novos Modelos de tratamento. Diversos Autores. Ed. Roca, 2001, SP.
ACONSELHAMENTO EM DEPENDENCIA QUIMICA. Laranjeira, Ronaldo e outros. Ed. Roca, 2004.
LITERATURA DO AMOR EXIGENTE, diversas.
DROGAS E ALCOOL – PREVENÇÃO E TRATAMENTO. Literatura do Centro de Formação FEBRACT.