Foi um prazer inenarrável conhecer a cultura das ruas do centro de Belo Horizonte.

24/06/2012 08:58 - Raízes da África
Por Arisia Barros


Os finais de semana pelas ruas dos muitos arbustos do centro da capital Belo Horizonte têm o cheiro agridoce das exuberantes manifestações culturais. As ruas do centro de Belo Horizonte são polvilhadas de cultura viva e da avidez do povo.
Belo Horizonte foi eleita a terceira capital mais arborizada do Brasil.
O povo de Belo Horizonte ocupa, literalmente, os espaços da rua, das praças como a ilustrar um projeto de juntar seres em transição e permanente movimento . As ruas de Belo Horizonte se abrem, como cartão postal, para abrigar os vários movimentos artísticos-culturais: capoeira, hip hop, MPB , etc, etc. As gentes que se encontram na arte das diferenças. Vida e arte se encontram nas ruas no finais de semana do centro de Belo Horizonte.
A máquina fotográfica nas mãos de Isadora Aguiar, debruçada na janela do gracioso Brasil Palace Hotel foi testemunha ao congelar uma população em miniatura que transitava despreocupadamente na madrugada de uma sexta-feira.
O Brasil Palace Hotel, com sua arquitetura dos anos trinta e os charmosos elevadores a manivela tem preços acessíveis e fica no coração da festa.
Hippies, skateiros, famílias inteiras, crianças, jovens moderninhos ou nem tanto, moradores de rua, dos mais variados jeitos e gerações são personagens cíclicos de um mundo estruturado para recebê-los, em uma galeria cultural a céu aberto.
Pelas ruas de Belos Horizonte ouvimos os ecos da velha canção dos ancestrais ao nos deparar com o grande quantitativo de negros e negras, vestindo-se de identidade com seus cabelos, naturalmente, afros.
Segundo representações negras de BH: Minas é hoje o segundo estado do Brasil com o maior percentual de população negra.
A viagem de três dias a Minas Gerais e conhecer a efervescência do centro de Belo Horizonte no final de semana foi fantástico e apaixonante e se fez combustível para querer espaços férteis de cultura versus turismo também na grande Maceió
No sábado fomos ao Pop Kid que fica na Praça 7, na Rua Rio de Janeiro, bem no coração da cidade. Com um ambiente extremamente simpático e acolhedor, com mesas verdes plantadas no meio da praça, o Pop Kid tem música ao vivo todos os dias a partir das 18 e 30h.
Na madrugada da sexta-feira ouvimos a música trazida pelo vento até o 5º andar do Brasil Palace Hotel e aí no sábado descobrimos seu esconderijo era ali no Pop Kid.
Sentadas à mesa do barzinho apreciávamos as muitas gentes com cara de diversidade circulando, trocando afagos, vivendo o quinhão de liberdade que aquela tarde propiciava.
Isadora Aguiar aproveitou para fazer um tererê em seus cabelos sob a consultoria do Luis, um artista carioca de passagem pela capital mineira.
Musicalmente é um deleite ouvir o Grupo Fino do Choro, com Carlos no pandeiro, Renato no violão e um belíssimo negro no cavaquinho, o Walace. Após o chorinho ouvimos a MPB do Gustavo e o pop rock do Cláudio.
Vale também acrescentar a gentileza do gerente Mauro.
No domingo fomos visitar a Feira de Artes, Artesanato e Variedades da Av. Afonso Pena, a Feira Hippie de Belo Horizonte, considerada uma das maiores feiras também da América Latina. http://blog.feirahippie.com/
O vaivém de pessoas era como palavras bordadas nas calçadas.
Na Feira se vende de tudo: desde as iguarias; pastel, churrasquinho no palito com o preço médio de cinco reais, mobiliário, flores, arranjos e cestaria; decoração; tapeçaria, cama, mesa e banho; vestuário adulto; vestuário infantil; crianças; arranjos; bijouterias; bolsas, cintos e acessórios; calçados; alimentação e artes plásticas, esculturas e aliado ao consumo tem o prazer da roda de samba que vai se formando espontaneamente e aninhando uma leveza genuína na alma de quem por ali transita.
Defronte a Feira há o Parque Municipal Américo Renné Giannetti inaugurado em setembro de 1897.
Realmente é impressionante os 180 mil metros quadrados de vegetação abundante como um pulmão verde da Amazônia.
Bem estruturado o Parque conta com quadra de tênis, pistas de patinação e de cooper, aparelhos de ginástica, bar, lanchonete, sanitários, administração e guaritas, lagos com barcos a remo e pedalinhos, bosques, caminhos, trilhas e recantos diversos com bancos e jardins.
É lugar, idilicamente, aconchegante com a desenvoltura de uma gestão estratégica que privilegia a cultura do centro e faz o povo invadir, literalmente, os espaços das ruas em Belo Horizonte.
Conhecer a cultura que fervilha nos finais de semana das ruas do centro de Belo Horizonte foi um prazer inenarrável.
E o melhor disso tudo é que o III Ciclo Nacional de Conversas Negras: Agosto Negro Ou O Que a História Oficial Ainda Não Conta acontece em agosto, em Belo Horizonte.
Você não vai perder essa chance participar do III Ciclo e conhecer Belo Horizonte.
Vai?
 

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..