Não importa o que digam, o que pensem, o que falem, não importa se não é o melhor ataque do campeonato, não importa se o time não tem um “camisa 10” de oficio... Para os corintianos, creio eu, não importa mais nada. Só a final, afinal, é lá que o timão está.

E por favor, não venha até aqui tentar me convencer de que o Corinthians talvez não tenha merecido a classificação, afinal, suponho que tenhamos assistido ao mesmo jogo, certo? Então ótimo!

Foi bonito de ver, foi um jogão, digno de final de libertadores, digno de final de qualquer campeonato de futebol.
O Santos, na minha opinião, era o favorito. Por que? Atual campeão da libertadores, melhor ataque da competição, campeão paulista, vem apresentando um futebol bonito de se ver... quer mais? Neymar, o Santos tem o Neymar.
E quem ousaria desdenhar de um time com todos esses atributos, principalmente numa semifinal de libertadores? Pois é! Se você observar direitinho, nem aquele bando de loucos foi tão louco a ponto de zoar o adversário antes do apito final.

Só que a grande maioria estava tão animada com as qualidades do Santos, que acabou esquecendo que o timão é o atual campeão brasileiro, tem a melhor defesa e está invicto na liberta, além de ser o time mais estável do campeonato. Tem quem diga – “Grande coisa isso” – Pois é amigo... foi esse timinho que mostrou que regularidade no nosso futebol é uma das coisas mais difíceis de se manter, e dá resultado! Não preciso nem falar da crescente que o Corinthians vem tendo desde que voltou da serie B não é? Voltemos ao jogo.

Na vila, fiquei com a impressão de que o Alvinegro praiano entrou com um pouco de confiança demais, e o reflexo disso foi uma ligeira displicência do time, nada gritante, mas visível. A maior prova disso foi aquela chance absurda que o Elano perdeu, na cara do gol. Não dá, a bola pune.
Até pra quem não entende de futebol a proposta de jogo de cada equipe estava totalmente explicita, e obviamente, não poderia ter sido de outra forma.
O Santos tinha maior posse de bola e, tendo o melhor ataque da competição, ia pra cima do timão.
Já o Corinthians, marcava exemplarmente, contando com a melhor defesa do campeonato, e saia para o contra-ataque de maneira veloz, e sempre surpreendendo. Surpreendeu tanto que calou uma Vila lotadinha com um GOLAÇO do Sheik. Até o Fenômeno comentou: “Que é isso Sheik, golaço!”.

O Santos apostava suas fichas num Ganso recém operado e no Neymar, que quase não apareceu porque estava “cansado”! O timão apostava suas fichas igualmente em todos os jogadores, assim como vem fazendo desde o ano passado.

Ontem, no Pacaembu, fiquei com a impressão de que o jogo, enfim, estava acontecendo na Vila. O Santos deixou o timão acuado, anulou os contra-ataques corintianos e fez o gol que tanto precisava. Alias, o único lance dos dois jogos que vi o Neymar aparecer foi pra dar uma canelada na bola, quase encima da linha, e marcar o gol Santista.

Quero comentar também uma coisa que achei fantástica: Assim que o Santos fez o gol, a torcida do Corinthians começou a cantar alto, incentivando, não permitindo que o time se abalasse, instigando ainda mais o Corinthians pra conseguir o gol de empate. Torcida é isso, tem que servir de exemplo, porque isso, com certeza, faz toda a diferença numa decisão desse porte.

Não vou ficar aqui narrando como se desenrolou o jogo depois do gol do Santos, acho que não precisa não é? O gol de empate marcado pelo Danilo foi justíssimo e merecido.

Quero resumir uma coisa. Ficou provado que a coletividade deve ser uma aliada indispensável da qualidade individual para que um time consiga seus objetivos. Individualismo somente, as vezes, não é o suficiente.

O timão ainda é o virgem das américas sim, mas está muito perto de perder o cabaço!

Abs,

Leon Azevedo