A suposta compra e venda irregular de um terreno da Usina Utinga Leão, pelo Governo de Alagoas, foi tema de debate na sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), na tarde desta terça-feira (05). Diante da discussão de um projeto que prevê a doação de mais um terreno por parte do governo, o deputado Ronaldo Medeiros (PT) levantou uma questão de ordem e sugeriu à Presidência da Mesa Diretora que as inciativas com esse cunho fossem suspensas momentaneamente.
Em seguida, Antonio Albuquerque (PT do B) lembrou que alguns vereadores e o prefeito da cidade de Rio Largo Toninho Lins (PSB) estão presos após a descoberta de um esquema de venda e compra irregular de um terreno no município. “Não podemos aceitar que essa notícia veiculada na Gazeta de Alagoas, na edição desta terça-feira, seja tratada apenas como mais uma notícia. As autoridades responsáveis devem ficar atentas para essa informação”, ponderou.
O parlamentar fez questão de ressaltar que diante das informações, o governo de Alagoas tem por obrigação que dar explicações sobre a notícia veiculada. ”Segundo a matéria, o Estado comprou uma área de 43,5 hectares por R$ 1,3 milhão e, logo depois, vendeu a fábrica Bauducco pela metade do preço, ou seja, apenas R$ 626.500. Um prejuízo aos cofres públicos na ordem de R$ 680 mil. Explicações são necessárias”, destacou.
Albuquerque explicou que uma a ação de desapropriação desse porte, precisa, no mínimo, ser seguida de perto pelas autoridades. “As transações também devem ser acompanhadas pelo parlamento alagoano. É importante que os membros dessa Casa também peçam informações ao Executivo sobre o assunto, ou até a denúncia seja fruto de investigação por parte dos colegas”, pontou o parlamentar se referindo, indiretamente, a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Acusação
Os vereadores e o prefeito de Rio Largo são acusados pelo Ministério Público de Alagoas de participar de um esquema que desapropriou um terreno da Usina Utinga Leão e revendeu a uma empresa imobiliária por um valor muito abaixo do mercado.
O prefeito de Rio Largo desapropriou um terreno de 252 hectares avaliados em R$ 21 milhões pagando R$ 700 mil à Usina. Logo depois, vendeu a mesma área para a MSL Empreendimentos.