"A violência, seja qual for à maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota."
(Jean-Paul Sartre)
Se os governantes brasileiros tivessem vontade política e humildade para ouvir os gritos de alerta e investir em educação, em planejamento familiar e em uma melhor distribuição de renda, esse campo fértil para a proliferação da violência já estaria eliminado e a situação do país seria outra, observa o cientista Elsimar Coutinho. O sociólogo Joviniano Neto, professor de Ciência Política da Universidade Federal da Bahia (UFBA), aponta outras variáveis para a violência no Brasil. Na sua opinião, as raízes estão na desigualdade econômica e social, na história e na cultura autoritárias, no processo de urbanização e industrialização e na “globalização à brasileira”.
O mercado globalizado cada dia exige mais mão-de-obra qualificada e o emprego, tal como se conhece atualmente, tende a desaparecer. O que fazer, então, com o excedente da população, sem emprego porque não tem educação, sem ter o que comer porque não tem emprego? Qual o destino desses brasileiros? O remédio é a repressão, pura e simples?
À medida que o Governo Federal não aponta uma solução para combater as causas geradoras da violência, as atividades marginais aumentam e se verifica uma inversão de função perigosa porque elas, sem compromisso com o povo, agem onde deveriam atuar os poderes constituídos da nação.
Por outro lado, nem o Legislativo se preocupa em votar leis que protejam a sociedade, nem o Judiciário age com celeridade no combate ao crime.
Enquanto isso, a sociedade assiste indignada ao fim do Estado de Direito e ao início de uma desordem social de conseqüências imprevisíveis.
O Estado é a instituição mais importante das civilizações modernas e tem a obrigação de estruturar as condições de vida em sociedade, justamente para não acabar com a própria sociedade, diz o escritor Marcio Souza. Para ele, o Estado tem o poder porque faz as leis, pode baixar regulamentos e dispor da Polícia e de agentes para fazer cumprir as suas resoluções. Logo, não deveria faltar a ele (Estado) vontade política e poder para combater as causas – não só reprimir os efeitos – que levam ao processo de realimentação cumulativa do crime organizado e da violência no Brasil.
Lutar contra a violência é possível? Com certeza. Todas as ações de cunho benéfico levam o homem a superar seus limites, tornando a vitória plausível. Este dia é seu. A essência deste dia, o seu poder são descamuflados pela sua crença no ser divino de maior força, nosso amado Deus. Suas forças se renovarão e as atitudes serão mais poderosas, a capacidade de superação não terá limites. A luta contra a violência é uma rotina natural do homem que busca a todo custo à reconstrução social. É líquido e certo que uma andorinha só não faz verão, precisamos do auxílio das comunidades e das autoridades envolvidas na construção social da população.
A violência tem suas causas, mas a falta de VONTADE POLÍTICA torna as ações mais fracas e os vetores para o combate nulos.