O consumo excessivo de bebidas alcoólicas, e suas graves consequências, é tema recorrente que tem fomentado polêmicas mundo afora. Há muito tem me chamado a atenção o rigor da legislação federal dos EUA que trata da matéria e que proíbe, dentre outras coisas: o consumo de qualquer bebida alcoólica por menores de 21 anos; o consumo em logradouros públicos; e o funcionamento de bares após 2h da madrugada.


É notável como a sociedade norte-americana trata com naturalidade essas restrições. Nos bares e pubs, normalmente após 21h, é comum os jovens serem obrigados a apresentar documento de identidade na entrada para comprovar idade superior a 21 anos, mesmo que tenha mais de 18 e que não vá consumir bebida alcoólica.

As baladas costumam começar cedo, atingindo o auge entre 23h e 1h, sendo absolutamente normal policial fardado circularem tranquilamente inspecionando o ambiente. Quando chega 1h30, as luzes acendem, a música para e, pontualmente às 2h, o estabelecimento é fechado e as pessoas costumam ir para suas casas. Perambular pela rua? Não convém porque certamente a polícia vai abordar.


Maior rigor ainda é aplicado aos raros que teimam em beber e dirigir, considerada uma das mais graves infrações do trânsito. Se houver um acidente e for detectado que o motorista ingeriu álcool além dos limites estabelecidos em leis estaduais, as penalidades costumam ser severas.


Para cidadãos norte-americanos tudo isso é natural e correto. Atualmente o rigor da legislação americana já é dispensável porque a sociedade já incorporou e apoia incondicionalmente as limitações. Se um grupo de jovens sai para a noite e um deles insiste em dirigir após beber, os demais tentam impedir e, se não conseguirem, jamais aceitam a carona.


A conclusão a que chego é que temos muito a aprender com outros países do mundo (vários deles, além dos EUA, também possuem legislações muito restritivas quanto ao consumo de álcool), inclusive nesse particular, onde a excessiva tolerância e permissividade têm imposto um custo muito elevado para a sociedade.