Educação em Alagoas: “Pare o mundo que eu quero descer”.

27/02/2012 08:34 - Prof. José Queiroz
Por Redação

Olá,

Uma matéria do www.cadaminuto.com.br de hoje, 27 de fevereiro de 2012, revela o que os profissionais da educação do Estado de Alagoas já sabem há algum tempo: estamos aprovando alunos do ensino médio da rede pública estadual sem a mínima condição de aprendizagem, sem saber ler, sem se quer ter visto as matérias, ou seja, estamos aprovando por aprovar, para que o índice de repetência caia ou pelo menos não suba.


Um absurdo. A quem estamos enganando? A quem interessa uma massa considerável de jovens sem a mínima formação educacional de base? No momento que aumenta a exigência por mais formação a quem interessa aprovar alunos em matérias que ao menos foram vistas em sala de aula? E as escolas desabando? E os professores desmotivados, sem remuneração justa, sem condições de trabalho, sem uma política firme de educação pública para seguir? A quem interessa?


Aos pais dos alunos que terão que se conformar com os filhos em subempregos? A grande maioria dos profissionais da educação que continuarão a ver esses resultados pífios dos nossos indicadores educacionais? A sociedade alagoana que continuará a conviver com uma das piores consequências de um processo educacional falido - a violência sobre todas as formas? Ou àqueles que precisam manter uma massa de pessoas submissa, que não tenha discernimento para servir, unicamente, de manobra?


Veja o que diz a matéria: “Os pais que fizeram a denúncia não quiseram ser identificados por medo de represálias. Porém, eles disseram ainda que os filhos que não tiveram essas matérias passaram de ano e já estão matriculados”.


Tive a oportunidade de participar como consultor, contratado pelo Ministério da Educação, no PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA MEC-PNUD-SEE/AL, 2009, (GERAÇÃO SABER), que consistiu em uma analise completa da educação no Estado de Alagoas propondo uma mudança radical na política educacional estadual.


Posso afirmar por conhecimento que se trata de um excelente programa e que ele aborda aspectos estruturais fundamentais para o soerguimento definitivo da educação pública estadual, inclusive este modelo vem sendo copiado por outros estados.


Acontece que aqui, projetos, programas, planejamento, não são levados a sério. Tenho a certeza que as etapas previstas de implantação já foram esquecidas e continuamos a repetir o mesmo modelo que nos leva há anos para o final do poço. Ou não? Que responda os atuais responsáveis pela educação no estado, que responda o nosso Ministério Público que pode averiguar como anda o projeto Geração Saber e cobrar, se entender assim, a sua implantação imediata.


Há administradores públicos que ao chegar ao final do poço, respira fundo, junta todas as forças ainda disponíveis para sair do buraco; outros ao chegar ao fundo, junta todas as forças e fazem um puxadinho do buraco e lá permanecem.


LENDO A FRASE ACIMA, você saberia me responder qual é o caso de Alagoas?


 

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