Escolhas e Enganos: Jacqueline Não Sabia Que Kennedy Morreria

30/01/2012 02:03 - Psicologia - Gerson Alves
Por Gérson Alves da Silva Jr.
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Antes que John Kennedy fosse presidente ele foi um jovem bonito e sedutor. Vinha de uma família católica em que seu pai, Joseph Kennedy, mantinha a idéia de que "as esposas não esperam fidelidade dos maridos, mas esperam que eles não arranjem namoradas publicamente". Quando Jacqueline conheceu o cobiçado futuro presidente Kennedy, a mãe dela advertiu dizendo que ele nunca seria fiel. Engraçado, um homem com histórico de várias mulheres em que uma nova mulher se envolve com ele, precisa a mãe desta avisar alguma coisa para ela saber o que esperar? Mas, sogra é sogra em qualquer lugar do mundo.

Ciente ou não do padrão comportamental de Kennedy, Jacqueline casou-se com ele e teve dois filhos. Mas, por diversas vezes o casamento entrou em crise. Afinal, qual mulher suporta as infidelidades do marido? Seria um absurdo, diziam as amigas, mesmo que isso fosse evidente antes do casamento - vocês não concordam? Porém, não é este ponto que desejo destacar neste texto. Pois, o que de fato nos interessa é saber que Jacqueline era muito feliz e se sentia muito atraída por Kennedy, entrando em sofrimento apenas pela conduta do marido. A família nunca foi abatida por problemas de saúde, financeiro ou qualquer outra mazela, apenas infidelidades.

Jacqueline se convenceu por várias vezes que deveria se separar e continuar sua vida de outra forma, ela ainda era jovem e cheia de vida pela frente. Mas no íntimo ela queria apenas que o marido gostasse só dela e lhe doía vê-lo com outras mulheres. Suas ameaças de separação eram apenas um mecanismo que ela encontrava para dizer: quero que você não seja o que é. Quando Kennedy se tornou presidente Jacqueline deu então seu ultimato: "se você pensa que agora irei tolerar seu comportamento, fique certo que além dos problemas do país você terá um problema conjugal". Porém, assim como sogra é sogra em qualquer lugar do planeta, tenho a convicção que a regra também é válida para os homens. Kennedy apenas se tornou mais cuidadoso, pois um homem que administra o país e não sabe administrar sua própria família cheirava a incongruência.

Para encurtar a história, num dia ensolarado de 22 de novembro o presidente Kennedy finalmente foi separado de Jacqueline. Eles estavam em seu carro conversível numa avenida de Dallas quando Kennedy rapidamente coloca a mão no pescoço e Jacqueline tenta ajudá-lo, mas logo em seguida a cabeça do presidente estoura. Jacqueline ainda sem entender tenta pegar os pedaços de massa encefálica e colocar de volta no crânio esfacelado do presidente. No percurso até o hospital Jacqueline aperta fortemente Kennedy como se agora já não quisesse mais se afastar dele. Quando chegam no hospital ela agarrada ao corpo do marido não quer permitir que retirem ele do carro. O que terá passado na cabeça de Jacqueline naquele momento?

O que passou na cabeça dela naquele momento vou deixar para que cada um de vocês imagine, mas o que se passou nos anos seguintes até a morte dela na década de 90 do século XX irei analisar.

Pelo que sabemos Jacqueline se envolveu posteriormente com um magnata grego que também veio a falecer e no final de sua vida estava com um mercador de diamantes. Porém, solicitou que fosse enterrada ao lado de seu primeiro esposo John Kennedy. Depois de vivida e amadurecida, certamente passou pela cabeça dela que os melhores anos de sua existência foram ao lado daquele mulherengo infiel que ela vivia pensando em se afastar por não aceitar a realidade do que ele era. Isso foi tão certo que ao morrer de câncer teve tempo de pensar e decidir ficar pela eternidade ao lado da sepultura de John Kennedy. Ou ela avaliou que seria mais interessante e de maior destaque estar ao lado de um presidente durante a eternidade, ao invés de ser enterrada só ou do lado de magnatas não tão populares como um presidente.

A nós resta apenas à reflexão, porque não avaliamos bem o que queremos ou queremos aquilo que não se encaixa em nossas expectativas? Quanta briga teria sido poupada se ela soubesse que Kennedy era o que era para ela por ser quem era? Quantos problemas entre o casal seriam evitados se ela entendesse que a separação na vida não precisa ser planejada nem pensada? As vezes ocorre sem que desejemos. Quanto ela teria aproveitado a vida ao lado do outro se soubesse que a vida é curta e às vezes se retira como um estouro? Quanto tempo investido na mudança daquilo que era o que ela desejaria estar depois junta pela eternidade. Pena que Jacqueline não sabia que Kennedy morreria!

Assim eu observei, assim eu conto para vocês.

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