Um poema de Carlos Marighela que em 2011 completou 100 anos. Carlos   viveu , lutou e morreu com o  sonho de um país mais justo. O poema de Marighela ecoa o canto da caminhada e lembra Drummond: Ser gauche na vida, levantar bandeiras e afastar a cadeira que adotamos comodamente na passividade de ser povo e como Carolina de Chico ficamos, cotidianamente, à janela vendo a vida passar.
2012 é ano novo e quanto de novidade haverá nas trilhas da nossa caminhada em nome da cidadania, além do nosso círculo familiar? Uma cidadania ampla e coletiva.

Rondó da Liberdade

É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer.
Há os que têm vocação para escravo, mas há os escravos que se revoltam contra a escravidão. Não ficar de joelhos, que não é racional renunciar a ser livre.
Mesmo os escravos por vocação devem ser obrigados a ser livres, quando as algemas forem quebradas.
É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer.
O homem deve ser livre... O amor é que não se detém ante nenhum obstáculo, e pode mesmo existir quando não se é livre.
E, no entanto ele é em si mesmo a expressão mais elevada do que houver de mais livre em todas as gamas do humano sentimento.
É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer.

(Carlos Marighella – Poeta Revolucionário)