O alcoolismo e a família, o que fazer?

05/12/2011 10:18 - Bispo
Por Redação
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O alcoolismo é uma doença que afeta não só a pessoa que consome bebidas alcoólicas. Os membros da sua família, as pessoas mais próximas, são particularmente atingidos no plano afetivo e no seu cotidiano, sentindo-se tão desamparados como o alcoolista.

A dependência atinge toda a família, divide-a e isola-a do resto do mundo. Os sentimentos, os pensamentos e os comportamentos de cada membro da família são dirigidos para o consumo de bebidas alcoólicas pelo familiar dependente.

O alcoolismo é, portanto, mais que um problema individual, na medida em que atinge a família no seu conjunto, podendo ser considerada uma “doença familiar”, uma vez que o sofrimento é do todo e não só do dependente.

A doença só afeta a família a partir do momento em que começam a surgir os problemas paralelos do alcoolismo como acidentes de trânsito, violência, perda de emprego, decadência social, financeira e moral e a co-dependência, isto é, a família se torna dependente do álcool. É uma dependência neurótica, uma doença que provoca sofrimento e inúmeros desajustes.

Quando esse momento chega à integração e as atividades da família passam a depender do comportamento do dependente químico. Isso ocorre porque as pessoas em volta tentam controlar a quantidade, frequência e a forma com o que o usuário bebe. Na maioria das vezes a situação se torna catastrófica e a família deve se conscientizar e pedir ajuda psicológico e médica.

Tomar uma atitude como a de procurar um tratamento para um membro da família é sempre algo difícil de acontecer. Existe um grande preconceito ou vergonha de assumir que possui um familiar alcoolista e essa resistência só é sobreposta quando a situação fica insustentável e a família totalmente desestruturada.

“A gente vai passando a mão na cabeça tem medo de assumir que uma pessoa tão próxima é um alcoolista. Isso se deve ao fato da bebida ser permitida e o “bêbado” ser visto como um vagabundo pela maioria das pessoas” comenta uma esposa que ficou casada por 20 anos com um dependente químico e quando já não tinha mais forças internou o marido.
“A gente vai se adaptando ao uso da pessoa. Paramos de ir festas, pois senão a pessoa vai dar vexame”, finaliza.

Existem inúmeros alcoolistas espalhados pelo mundo, mas, em sua grande maioria, a família não sabe como agir na situação. Psicólogos instruem as famílias a procurar ajuda de profissionais competentes, mas sabem que isso é a última coisa que os familiares fazem.
“Primeiro eles procuram ajudas com amigos, sempre dizendo que se trata de outra pessoa. Dificilmente procuram uma clínica logo de cara”, afirmam os psicólogos.

A família deve ser a primeira a fazer o alerta e procurar ajuda o mais rápido possível. No princípio pode ser difícil, mas é necessário um acompanhamento profissional para que a casa se torne um “lar alcoólico ou disfuncional”, onde promessas são frequentemente esquecidas, celebrações canceladas e o humor dos pais geralmente imprevisível, ou seja, a falta de harmonia está na mesa e alegria de um lar fica perdida no tempo.

Procure ajuda, essa é a melhor saída.
 

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