Olá,

Ainda sobre cultura, assunto do nosso post anterior e ainda na solidão de um apartamento de hotel aqui nesta manhã gelada no Planalto Central do nosso país, permito-me deixar levar a continuar refletindo sobre a cultura como elemento catalisador e integrativo da nossa sociedade.
Ano passado recebi em nossa casa um casal de alagoanos que estão radicados há mais de cinquenta anos em Minas Gerais.
Na programação que fiz, eles me pediram que reservasse um dia para que fossem com um grupo de amigos mineiros a um show de forró e folclore alagoano, que estava sendo divulgado por uma casa noturna de nossa capital.
Bem, achei estranho, pois sabia que o verdadeiro show de folclore alagoano que era encenado pelo grupo Transartes, há muito tempo tinha acabado.
Argumentei, mas eles insistiram em ir dizia-me – vamos mostrar a estes amigos do sul que Alagoas tem uma das mais ricas cultura popular do Brasil.
No dia seguinte a expressão facial dos meus amigos era uma desolação só. A decepção estava ali estampada, se instalou e 24 horas depois ainda fazia morada.
- o que é aquilo? Não tinha nada de folclore, era um forró mecânico e no final apareceu um cara dançando com uma boneca e pronto. Meus amigos riram e zombaram a noite inteira. Cadê as trinta e tantas manifestações folclóricas? Cadê a cultura alagoana?
Naquela noite perdemos – como, aliás, tem acontecido nos últimos anos – a grande oportunidade de melhorar a percepção dos nossos visitantes com relação a nossa imagem e ainda contribuímos decisivamente para piorar a alta estima de nossos conterrâneos.
Ah! Uma perguntinha. Vem aí a alta temporada turística. Se os nossos visitantes quiserem, à noite depois da praia, dá uma mergulhada na nossa cultura, poderão ir aonde? Que show poderão assistir? Ah! Os museus estarão abertos aos sábados e domingos? Poderão assistir algum espetáculo na Praça Vera Arruda, por exemplo?
Pense Nisso.

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