Um dos fatores da questão social acontece no processo da acumulação do capital e no seu rebatimento na classe trabalhadora, provocando aumento do desemprego, da pobreza social e intelectual fazendo com que a população encontre alternativas para sua sobrevivência. Dentre esses fatores podemos encontrar também o alcoolismo, a drogadição, os problemas de saúde mental, e o abandono dos vínculos familiares, nessa combinação de elementos estão presentes na produção da resistência e da desigualdade, os moradores de rua e os migrantes. Nesta perspectiva nosso objetivo é contribuir para a discussão sobre um dos fragmentos das expressões da questão social, não muito difundido atualmente, mas presente na sociedade alagoana, o Morador de Rua. Embora o morador de rua seja tão sujeito de direitos e deveres como qualquer outra pessoa, a sociedade teima em não reconhecê-lo como tal.
Essa população é o reflexo de uma sociedade excludente e está marcada por um contexto histórico de desigualdades, pauperização e marginalização. Segundo Bezerra et al (1992), à proporção que aumenta o tempo de rua, se torna estável a condição de morador, neste universo é possível identificar diferentes situações em relação à permanência na rua, tais como: Estar na rua: expressa a situação daquele que, desalentado adota a rua como local de pernoite e já não a considera tão ameaçadora. Ficar na rua: reflete um estado de precariedade de quem além de
estar sem recursos para pagar uma acomodação, não consegue vaga em um albergue. Ser da rua: nas situações anteriores é possível alternar a rua com outros lugares de residência e com trabalhos diversos, pode acontecer ate mesmo que o individuo saia definitivamente da rua, retorne ao lugar de origem, consiga emprego, e constitua família.

Bispo