O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), secretário geral do Partido da República, afirmou em nota oficial que a executiva nacional da legenda apoia a decisão do governo federal que instaurou uma sindicância para apurar um suposto esquema de recebimento de propina no Ministério dos Transportes, cujo ministro e a maior parte da cúpula são filiados ao PR. No mesmo anúncio, feito no sábado, o governo também comunicou o afastamento de quatro integrantes da cúpula.
Após denúncias de que obras do governo federal teriam sido alvo de superfaturamento, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, informou no sábado que todos os integrantes do suposto esquema serão afastados temporariamente de seus cargos. As acusações partiram da revista Veja, que afirmou em reportagem que membros do ministério teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras.
"A Executiva Nacional do PR apóia a decisão que instaurou sindicância para, no menor prazo possível, ficar provada a inocência dos republicanos afastados, lhes garantindo pleno direito de defesa", disse o deputado em nota.
A partir de segunda-feira serão afastados Mauro Barbosa da Silva, chefe de gabinete do ministro; Luís Tito Bonvini, assessor do gabinete; Luís Antônio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT); e José Francisco das Neves, diretor-presidente da empresa pública de construção Valec.
Ainda segundo Costa Neto, nenhuma pessoa está autorizada a discutir qualquer contrato público, em nenhum lugar, em nome do Partido da República. "Portanto, caso haja esta ocorrência, tal conduta é criminosa e não diz respeito ao PR", disse ele. O deputado também afirmou que "o partido ingressará com as medidas judiciais cabíveis contra a revista (Veja) e os autores do texto".