Eram em torno de 40 crianças e adolescentes. Um turbilhão de gente armada com a selvageria das ruas. Eram muitos e causaram o pânico às pessoas, que alvoroçadas pela violência cotidiana, buscaram abrigo em um Supermercado. Eram meninos e meninas, mas tinham no olhar e na caminhada, de gestos firmes, a certeza da força coletiva.
Houve pânico nas ruas próximas a um Supermercado, no bairro nobre do Stela Maris, em Maceió. Eram só 18 horas e 30 minutos dessa sexta-feira, 20 de maio e eles estavam lá.
Dentro do Supermercado as pessoas se agitaram com vigias diligentes a correr para baixar as portas. As 18h30 minutos de uma sexta-feira, na cidade de Maceió, um Supermercado cerrou suas próprias com medo da violência compacta de meninos e meninas. Um arrastão!
Um arrastão tão imenso que o motorista de nome Clayton dizia atordoado: Eu já vi todo tipo de violência, mas uma coisa como essa, é assustadora.
A antes pacata cidade sorriso experimentou o terror causado por meninos e meninas ,corpos invisíveis, a luz das políticas públicas, jogados à margem da cidadania.
A miserabilidade em Alagoas estabelece a ruptura social. É o jogo do poder do "vai ou racha".
Meninos e meninos libertos dos valores morais, corrompidos pelas zonas do descaso desfilaram sua força em um bairro nobre de Maceió.
Meninos e meninas anti-sociais foram protagonistas da procissão dos miseráveis. Eram muitos e causaram pânico.
Uns diziam- esses filhos da p* deveriam ser mortos!
O medo e o isolamento social nos fez perder nossa condição de humanidade.
E eram só 18h30 minutos de uma sexta-feira
A pobreza extrema no estado de Alagoas tem pressa!
Enquanto isso, a corte gargalha!
Quem sabe não é o prenúncio do fim do mundo?

Raízes da África