O manifesto me chegou através da Vera Pacheco- verarussa@hotmail.com
E como acredito que é de vital importância, socializo.

Paraíso das Águas, Alagoas agora é também o Paraíso da Criminalidade. Um lugar privilegiado pelas mais belas praias, de gente acolhedora e hospitaleira, de gente que trabalha e tenta viver com dignidade, o Estado hoje lidera o índice nacional de ocorrência de homicídios. Em 2010, Alagoas bateu o triste recorde de 71,3 mortes por 100 mil habitantes, e assiste à banalização cotidiana dos pequenos crimes em suas ruas, praças, parques e praias.
A população alagoana está acuada em suas casas. Um misto de sentimento de impotência e resignação coletiva reina nas cidades alagoanas. Os comerciantes não têm a quem recorrer e é quase impossível, encontrar, entre eles, quem não tenha sofrido um assalto ou qualquer outra violência.
São grades bizarras, portas pesadas e sempre fechadas, muros colossais, cercas elétricas e antiestéticas, câmeras, circuitos fechados e outros tantos recursos que revelam a triste arquitetura do medo.
Mais de 30 taxistas foram assassinados apenas em 2010. Assim como moradores de rua são mortos, policiais são mortos, cidadãos de todas as faixas são atingidos por uma violência que corrói o tecido social alagoano. O crack, que se impregnou na miséria das periferias, devasta famílias, principalmente as mais pobres, fabricando perigosos zumbis com mães em absoluto desespero e desamparo.
Pequenos assaltos a pedestres para o roubo de celulares, relógios, joias ou qualquer outro objeto nos ônibus, nas ruas, praças, em todo o lugar, já não entram nas estatísticas da violência urbana. Isso é “besteira” diante de tanta impunidade.
As escolas públicas, que deveriam e podem ser a redenção de uma sociedade, em Alagoas estão em condições precárias e são furtadas e depredadas diariamente.
Hordas de pequenos assaltantes, saqueadores, moto-marginais, verdadeiros predadores, estão à espreita, prontos para agir ao menor descuido ou relaxo.
Presídios em condições deploráveis, os piores do país, e o pior salário para policiais, completam um quadro desesperador para os alagoanos.
Como se não bastasse a hegemonia de Alagoas em mortalidade infantil, o Estado encabeça as estatísticas da violência urbana no Brasil. Alagoas fechou 2010 com a maior taxa de homicídios que um Estado brasileiro já registrou. Segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (SDS), foram contabilizados 2.226 assassinatos no ano passado, o que significa uma taxa de homicídios de 71,3 para cada 100 mil habitantes. Não estão inclusos no número os latrocínios (roubo seguido de morte), o que não deixa de ser um absurdo inexplicável, a exclusão desses números nas estatísticas.
Para a OMS (Organização Mundial de Saúde), taxas acima de 10 homicídios para cada 100 mil ao ano já são consideradas epidêmicas. O país registra, segundo o estudo “Mapa da Violência 2010: Anatomia dos Homicídios no Brasil”, taxa de homicídio de 25,2 mortes para cada 100 mil habitantes.
Diante das deficiências graves e assustadoras que se abatem sobre Alagoas, pergunta-se: qual próxima tragédia afligirá os alagoanos?
Tudo isso sob um estranho e condescendente comportamento da sociedade alagoana, que não enxerga a urgência de se mobilizar e exigir, seja lá de quem for ações e políticas públicas. Não se trata de reivindicar a pavimentação da rua ou a melhoria no abastecimento de água, reivindicações legítimas, mas que estão longe de ser o resgate do maior patrimônio que uma cidade pode ter: a qualidade de vida de seus cidadãos, que hoje se traduziria em segurança para um mínimo de paz.
Nesse quadro terrível, o maior perigo é a falta de esperança e a desmobilização da população alagoana, a descrença no poder público, que deveria adotar, urgentemente, medidas para reduzir drasticamente os índices de violência em Alagoas.
Se você concorda com este manifesto, se quer mostrar indignação com o que estão fazendo em nosso Estado e acredita que uma mobilização popular pode, sim, fazer a diferença e ser um marco histórico de cidadania em Alagoas, assine ao final da lista abaixo e, por favor, passe-a adiante.