Os quilombos em Alagoas são porções esquecidas de pequenas áfricas, ( o estado foi assim denominado em pesquisa realizada em 2004 pelo nível da desigualdade racial, o maior do Brasil). Alagoas tem cerca de 50 comunidades quilombolas, 23 certificadas
Dentro da extrema pobreza dos números de exclusão social, os remanescentes dos quilombos em Alagoas são os mais pobres entre os pobres alagoanos, apresentando um dos piores índices de desenvolvimento humano do estado , apesar dos últimos 12 anos da agenda governamental quilombola.
São homens e mulheres negras pobres mais ainda no cotidiano enegrecidas pela pobreza e a ausência de direitos. Somos realmente iguais?
Nos quilombos falta tudo saneamento básico ,abastecimento de água potável regular, assistência médica que atenda as necessidades das pessoas, ou seja, não existe a mínima infraestrutura social eficaz para uma vida com dignidade.
É a rota dos corpos negros sendo esquecidos pelo descaso histórico?
Certificação de terra não garante sustentabilidade. E sem sustentabilidade estabelece-se a geografia da fome. Dores provocadas pelo racismo institucional  contemporâneo que invade a história da resistência negra e alastra o desemprego: “Eu deixei de estudar para ajudar minha mãe, porque meu pai está na Bahia atrás de emprego” diz o menino cabisbaixo.
Segundo o adolescente de Palmares/Alagoas/ Quilombo de Muquém cerca de 90% dos homens viaja para Bahia,São Paulo, Minas para o corte de cana.
Filús é um caso de saúde pública os quilombolas bebem água de um poço junto com os animais. Crescem os casos de albinismos, com o conseqüente câncer/analfabetismo.
A história quilombola em Alagoas é um monólogo  tecido ao longo da abolição inconclusa. Uma ilha de isolamento na qual ainda hoje pessoas são mantidas na escravidão.
A ausência de direitos é a nossa escravidão contemporânea.