Sambar por horas a fio com um salto de 15 centímetros e um bebê na barriga não deve ser tarefa fácil. Neste carnaval, pelo menos três mulheres resolveram encarar a missão no Rio – a apresentadora Adriane Galisteu, a atriz Myrian Martin e a passista Cristina Silva. Em São Paulo, a odisseia ficou por conta de Scheila Carvalho. Mas cair no samba com a barriguinha de gravidez, nem sempre é divertido. Segundo os médicos, a prática de atividades físicas intensas pode trazer riscos à criança.

O ginecologista e professor da UFRJ Renato Ferrari faz um alerta às grávidas, principalmente para as que já tiveram problemas em outras gestações.

“O carnaval é uma atividade física intensa e esse tipo de atividade geralmente é contraindicada. Nos três primeiros meses, a atividade deve ser moderada e não deve exigir impacto. Caso a mãe sofra de hipertensão, sangramento, ou tenha perdido bebês anteriormente, sambar na avenida está vetado”, disse o médico.

 

Adriane Galisteu e Scheila Carvalho levam médicos para o samba


No que depender de Adriane Galisteu, o cargo de rainha da bateria da Unidos da Tijuca, terá a futura mamãe no comando. A apresentadora, grávida de três meses, contou que seu médico já a liberou para sambar.
“Meu médico já me liberou, mas até lá vou estar grávida de quatro meses, então vou fazer novas consultas até o carnaval. A princípio estou levando uma vida normal, correndo 6 km por dia e fazendo dieta. Já vi outras grávidas lindas como Fernanda Lima e Luiza Brunet na Sapucaí e deu tudo certo”, disse Galisteu.

Adriane vai levar para a Sapucaí uma dupla de médicos para se prevenir de qualquer perigo.
“Um casal de médicos vai comigo para a Sapucaí para medir os batimentos cardíacos, para que nada se exceda”, contou a apresentadora.

A ex-dançarina do grupo É o Tchan, Scheila Carvalho, também vai monitorar seus batimentos cardíacos com o auxílio de um médico. Desde o início dos ensaios da Vila Maria, onde ela é madrinha da bateria, a morena tem o cuidado de verificar sua pulsação.



Passista grávida de sete meses na Viradouro


A ala das passistas da escola de samba Viradouro também vai ter sua representante grávida. Cristina Silva vai desfilar com o barrigão de 7 meses. Sem recursos para levar uma equipe médica para o sambódromo, a passista vai levar apenas o número do seu médico anotado em um pedaço de papel.

“Meu marido vai me acompanhar e o número do médico vai estar guardado para qualquer emergência. Meu neném está acostumado com o baticundum da bateria, até porque eu vou a todos os ensaios de rua da Viradouro”, contou Cristina.
Para o médico Renato Ferrari, quanto mais próximo do parto, menos é adequado o desfile para as grávidas.

“É perigoso o desfile porque pode ocorrer deslocamento da placenta. Se a grávida quiser muito desfilar, é melhor buscar alternativas como os carros alegóricos, que costumam ser mais confortáveis”, explicou o médico.


Myrian Martin pensa em trocar chão por carro


A atriz Myrian Martin, convidada para desfilar como uma das musas da Mocidade Independente de Padre Miguel, revelou que pensa em trocar o chão pelo carro, por conta da gravidez de quase seis meses.

“Não quero prejudicar a escola, sei que posso ficar cansada na avenida, então para não correr o risco da escola perder ponto em evolução, vou pensar se ainda saio no chão. Ainda não está decidido, mas talvez eu opte por um carro alegórico”, disse a atriz.
Assim como as outras grávidas, Myrian também teve a permissão de seu médico para encarar a maratona do samba. A atriz conta que abriu mão das feijoadas, e preparou um cardápio light para os dias de folia. O único acessório que a loura não troca é o tradicional salto 15 centímetros.

“Nos dias que antecedem o desfile, eu vou comer frutas, beber muito líquido e repousar bastante. Só não abro mão do meu salto 15, até porque usei salto alto a vida inteira e não tenho nenhum problema”, ressaltou a atriz.

O ginecologista Renato Ferrari afirma que o salto alto pode se tornar um grande vilão para as grávidas.

“Com a evolução da gravidez, a gestante modifica o seu senso de gravidade, e com o uso do salto alto, ela pode se desequilibrar com mais facilidade e até mesmo desenvolver uma lordose”, concluiu o médico.