Adido Cultural da Embaixada de Angola participa de II Colóquio Internacional em Alagoas.

31/10/2009 03:11 - Raízes da África
Por Arísia Barros

O historiador angolano, Camilo Afonso, adido cultural da Embaixada de Angola e diretor geral do Centro Cultural Casa de Angola, na Bahia estará representando o embaixador da República de Angola no Brasil, Leovigildo da Costa e Silva no II Colóquio Internacional Brasil x Áfricas: Artes, Cultura e Literaturas, promovido pelo Projeto Raízes de Áfricas, sob o patrocínio da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas e apoio de outros parceiros, entre eles a Faculdade Maurício de Nassau.
Para o historiador angolano que participará de uma mesa redonda sobre o tema “Arte, Cultura e Literatura – As possibilidades das Relações de Cooperação Cultural entre Brasil-África”, no II Colóquio Internacional e ministrará uma segunda palestra sobre – “A Rota dos Escravos em Angola- A Promoção do Turismo de Memória”, reconhecer o valor histórico do tráfico negreiro e da escravatura é contribuir para a preservação da memória dos povos que foram atingidos", além de permitir "arrecadar para o país meios financeiros que permitirão garantir o desenvolvimento do turismo e da cultura".

A Rota dos Escravos em Angola
Angola, que foi um dos países onde o tráfico de escravos assumiu maiores dimensões, possui, acrescenta Camilo Afonso, 23 monumentos e sítios identificados em nove províncias que podem ser considerados de interesse para a promoção do denominado turismo de memória. A Casa dos Escravos do Ambriz, na província do Bengo, os sítios históricos de concentração e embarque de escravos na província de Cabinda, o antigo Porto de Pinda, na província do Zaire, e o Palácio Dona Ana Joaquina, em Luanda, foram alguns dos locais referidos pelo historiador.
O projeto da Rota dos Escravos uma iniciativa conjunta da UNESCO e da Organização Mundial do Turismo, tenta aumentar a compreensão mútua entre os povos na criação de uma dinâmica para ajudar a desenvolver novas formas de cidadania, de respeito pela diversidade cultural, de um diálogo intercultural e da luta contra preconceitos e racismo. A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO) prevê uma aplicação de meio milhão de dólares americanos para a implementação do programa “A Rota dos Escravos”, nos próximos dois anos. Angola tem participação nas ações previstas para o projeto “A rota dos escravos” que tem como metas a preservação dos arquivos e dos corpus das tradições orais, a continuação do inventário dos lugares de memória, a investigação científica, a produção de suportes pedagógicos, a promoção dos aportes culturais de África e a contribuição da Diáspora africana na civilização universal, de forma a permitir um melhor conhecimento da realidade daquela época e, conseqüentemente, um novo relacionamento entre as diferentes partes que estiveram envolvidas naquele processo
Na perspectiva de Camilo Afonso, "divulgar o patrimônio cultural sobre o tráfico negreiro e a escravatura em Angola é legar para o futuro uma história nobre e abrangente sobre este acontecimento da história da humanidade”.Afonso defende, ainda, a necessidade de ser feita a identificação dos sítios e lugares de memória, a reabilitação dos monumentos e a recolha e sistematização de dados que permita a edição de roteiros e de material de apoio, como CD-ROM e DVD.
A elaboração de cartas turísticas e de mapas, a criação de infra-estruturas hoteleiras e a formação de guias turísticos especializados são também defendidas pelo historiador.

O II Colóquio Internacional

O II Colóquio visa divulgar novas pesquisas na área e promover um intercâmbio de experiências cujas idéias fortaleçam a igualdade de oportunidades e às reparações ao patrimônio cultural africano e negro construído ao longo da história da humanidade enquanto elemento fundamental à formação da cultura e identidade do país. Parte integrante da IV Bienal Internacional do Livro (www.edufal.com.br/bienal2009) as inscrições para o II Colóquio Internacional estão disponíveis apenas pela internet e podem ser solicitadas pelo e-mail negrasnoticias@yahoo.com.br,ou informações no link http://www.cadaminuto.com.br/ index.php/blog/blog-raizes-da-africa
Sobre o Centro Cultural Casa de Angola na Bahia
Erguida em 1735 como Solar do Gravatá, a casa bege localizada na Praça dos Veteranos se destaca na cidade por sua beleza e por estar bem cuidada. Desde 1999, abriga a Casa de Angola na Bahia, que representa uma conexão cultural entre África e Brasil e mais especificamente, entre Angola e Bahia. O espaço foi reformado pela Organização Odebrecht na época da revitalização do Centro Histórico, e é uma extensão da embaixada angolana no Brasil

Serviço:
Quando: 06 de novembro de 2009, das 10 às 17 horas
Onde: Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Maceió-Alagoas/Jaraguá
Sujeitos de direito: professores,pesquisadores,estudantes,representantes de movimentos sociais
Inscrições: gratuitas negrasnoticias@yahoo.com.br
Informações no link http://www.cadaminuto.com.br/index.php/blog/blog-raizes-da-africa
Promoção: Projeto Raízes de Áfricas/Federação das Indústrias do Estado de Alagoas.


 

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