O superintendente da Polícia Federal em Alagoas Amaro Vieira confirmou, na tarde desta terça-feira (19), que o ex-governador do estado Ronaldo Lessa (PDT) foi intimado por três vezes a prestar depoimento sobre a acusação de superfaturamento nas obras de macrodrenagem do Distrito Industrial. Vieira disse também que Lessa será conduzido coercitivamente se não se apresentar ao delegado Felipe Correia, responsável pelo inquérito que apura a fraude.

"Foram três convocações, portanto contra o acusado será adotada a condução coercitiva, conforme prevê o Código Penal", colocou Vieira.

Sobre as recentes declarações de Ronaldo Lessa, que garantiu não ter sido intimado pela Polícia Federal, o superintendente afirmou que o ex-governador tinha conhecimento da realização da oitiva.
"Ele foi intimado e tinha conhecimento, não apenas ele, mas a sociedade também ficou sabendo que ele iria depor", enfatizou o superintendente rebatendo o que foi dito pelo advogado José Fragoso.

Indagado sobre um possível indiciamento de Lessa, e dos demais acusados (Zuleido Veras e Manoel Gomes de Barros, que também não foram depor hoje), Vieira disse que existe essa possibilidade. "Não descartamos a possibilidade de indiciar, mas estamos na fase de encontrar o acusado e trazê-lo para a autoridade policial. Ele está sendo procurado para prestar depoimento", explicou.

"Convocação política"

Ainda sobre declarações de Lessa de que sua convocação teria sido política, Vieira afirmou que as investigações sobre o superfaturamento foram iniciadas em março do ano passado e não há ligação entre a data do depoimento e a eleição para o Governo do Estado.

"Alguns laudos foram concluídos recentemente e por isso as pessoas foram intimadas. A Polícia dá a tramitação normal a esse inquérito como a todos os outros", enfatizou o superintendente da PF em Alagoas.