O empresário Alan Cavalcante do Nascimento, suspeito de liderar um esquema de corrupção na mineração que movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão, cumpre pena em liberdade após o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, substituir sua prisão preventiva por medidas cautelares.

Segundo as investigações, apenas Alan teria recebido mais de R$ 225 milhões entre 2019 e 2024. Além dele, também teriam sido beneficiados o ex-diretor da Polícia Federal Rodrigo de Melo Teixeira, o ex-deputado João Alberto Paixão Lages e Helder Adriano de Freitas, apontados como articuladores do esquema.

Toffoli determinou que Alan deve cumprir medidas que incluem o uso de tornozeleira eletrônica, entrega do passaporte, recolhimento durante a noite e a proibição de se ausentar do estado ou do país. Além disso, ele não pode se aproximar em um raio de 200 metros de uma magistrada federal envolvida em processos relacionados ao caso.

Investigação e esquema

A Polícia Federal aponta que o grupo corrompia servidores para obter licenças ambientais fraudulentas, permitindo a exploração irregular de minério de ferro, inclusive em áreas protegidas. A organização também teria monitorado autoridades e lavado dinheiro obtido de forma ilícita.

Embora a Justiça tenha solicitado o bloqueio de R$ 1,5 bilhão, apenas R$ 27 milhões foram localizados nas contas dos investigados. Projetos vinculados ao grupo têm potencial econômico de R$ 18 bilhões.

Alan possui uma mansão de luxo em Marechal Deodoro, promove festas de até três semanas com shows e passeios de catamarã, e já comprou itens de luxo em leilões, como um blazer e um cordão de diamantes de Neymar Jr. por R$ 1,2 milhão.

Até 2010, ele trabalhava em áreas comuns, como ensino e telecomunicações, e participava de corridas de motocross em Arapiraca, no agreste alagoano.