O empresário Alan Cavalcante do Nascimento, natural de Alagoas, é apontado como líder de um esquema bilionário de mineração irregular, corrupção e crimes ambientais. Apesar de suas principais operações ocorrerem em Minas Gerais, Alan mantinha uma vida de ostentação em seu estado natal, onde se tornou figura conhecida entre políticos, artistas e empresários.

Ele foi preso nesta quarta-feira (17) durante uma operação conjunta entre a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU),  e é paontado como lider de um suposto esquema de corrupção envolvendo servidores públicos e empresários da mineração em Minas Gerais.

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Alan é proprietário de uma mansão de três andares em um dos condomínios mais luxuosos do município de Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió. O imóvel servia como palco para festas privadas que duravam até três semanas, incluindo pool parties, shows ao vivo e passeios de catamarã pela costa alagoana.

Uma das festas mais comentadas ocorreu no Réveillon de 2024, com aproximadamente 500 convidados e show do cantor Raí Saia Rodada, cujo cachê pode chegar a R$ 400 mil. O evento foi marcado por forte segurança e grande circulação de influenciadores e empresários.

A ligação de Alan com Alagoas é antiga. Antes de atuar no setor de mineração, ele era conhecido em Arapiraca, no agreste alagoano, por participar de competições de motocross e realizar festas em sua casa modesta. Ele também trabalhou como professor de matemática em Teotônio Vilela e atuou no setor de telecomunicações em Arapiraca.

Sua ascensão meteórica ao setor de mineração e à elite empresarial nacional chamou atenção em 2023, quando arrematou o principal lote do leilão beneficente do jogador Neymar Jr., pagando R$ 1,2 milhão por um blazer e um cordão de diamantes usados pelo atleta.

Mesmo sendo investigado por crimes graves, como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e degradação ambiental, Alan manteve sua rotina de luxo em Alagoas até ser preso pela Polícia Federal. Segundo os investigadores, ele movimentou mais de R$ 1 bilhão em operações suspeitas, muitas delas por meio de empresas em seu nome.

A prisão de Alan também expôs ligações políticas e empresariais que se estendem além das fronteiras de Alagoas, mas é no estado onde ele construiu parte significativa de sua imagem pública — marcada por excessos, influência e festas de alto padrão.