O blog reproduz a reflexão importante de #otomdaconversa.
Leia e tire suas próprias conclusões:
"Durante séculos, corpos negros foram controlados, vigiados e silenciados em todos os espaços públicos.
O riso, a fala e os gestos de pessoas negras eram reprimidos como parte de um projeto de desumanização que regulava até a forma de existir.
Mesmo após a abolição, as normas sociais continuaram associando comportamentos negros a “desrespeito”, “exagero” ou “falta de educação”.
Nas culturas africanas, a oralidade sempre foi central: contar, cantar, rir, falar com energia é parte de uma tradição ancestral coletiva.
Falar alto não é falta de controle é um traço cultural que celebra vida, afirma identidade e rompe com séculos de silenciamento forçado.
O riso alto é um ato de sobrevivência: ele reorganiza afetos, cura feridas e cria comunidade em meio às dores que o racismo deixou. Entre os nossos, quando há segurança, confiança e liberdade, essa expressividade se torna ainda mais forte.
Falar alto entre pessoas negras é sinal de pertencimento é quando o corpo relaxa porque sabe que não será julgado. Rir alto é liberdade: é a chance de ocupar espaço com a própria voz, coisa que historicamente nos foi negada.
Gesticular muito é marcar presença em um mundo que tentou reduzir nossa potência. Quando estamos entre os nossos, a voz volta a ter volume, o corpo volta a ter movimento e a alegria volta a ser completa.
Porque, depois de tanto silenciamento, existir sem se esconder é uma vitória ancestral."
Fonte: (6) Instagram










