Quase dez anos após o crime, a Justiça condenou o ex-prefeito de Maribondo, Leopoldo César Amorim Pedrosa, a 13 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato do corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira, ocorrido em 2015. O julgamento foi realizado nesta quarta-feira (26), no Tribunal do Júri de Marechal Deodoro.

Segundo o Ministério Público de Alagoas (MP-AL), além da condenação por homicídio, os jurados também reconheceram a prática de tráfico de drogas por parte do réu.

Durante a sessão, o filho da vítima, Murilo Souto, se emocionou ao relembrar os últimos momentos com o pai. Ele relatou que naquele dia havia marcado um almoço com Gerson, mas o pai disse que antes iria encontrar Leopoldo para receber o pagamento de uma comissão referente à venda de um terreno. Minutos depois, Murilo tentou contato com ele, mas o celular já estava desligado. O corpo do corretor só foi encontrado 15 dias depois, em um canavial.

“Foi uma covardia. Jogaram meu pai em um canavial para os bichos comerem. Não pude nem me despedir. O caixão teve que ser fechado”, desabafou.

Disputa por pagamento teria motivado o crime

As investigações apontam que o ex-prefeito teria planejado o homicídio por causa de uma disputa comercial. Gerson intermediou a venda de um imóvel avaliado em cerca de R$ 800 mil e cobrava uma comissão de R$ 40 mil, que não teria sido paga — o que, segundo o inquérito, motivou o assassinato.

O caso ganhou repercussão devido à brutalidade dos fatos e enfrentou diversos adiamentos ao longo dos anos. Para os moradores e familiares, a decisão representa um marco na busca por justiça.

Histórico de crimes

Leopoldo Pedrosa acumula diversas acusações. Ele já foi preso por porte ilegal de arma e responde por violência doméstica, após agredir a ex-esposa e a ex-sogra em 2017 — caso enquadrado na Lei Maria da Penha.

Em 2019, durante o cumprimento de um mandado de prisão, a polícia encontrou cerca de um quilo de cocaína em sua residência, o que resultou em nova acusação por tráfico de drogas.

O ex-prefeito também possui registros por dirigir embriagado, uso de documentos falsos e chegou a ter a prisão novamente decretada em fevereiro de 2024, por descumprir as regras do regime semiaberto durante o Carnaval.

Foto: Anderson Macena