O Instituto Raízes de Áfricas convidou o Quilombo Birros e a Escola Mizia Teixeira tendo como propósito estabelecer outras formas de diálogos, na perspectivas das mulheres negras, protagonistas do território quilombola e escola rural , para o Seminário Nítorí, ‘As Margens das Histórias Negras, iniciativa do Instituto Raízes de Áfricas, parte integrante da 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
As griôs e lideranças da comunidade foram protagonistas de uma mesa de conversação bem importante.
Entre Vozes, Memórias e Ancestralidades.
Afinal, são as Griôs que guardam as memórias e preservam as histórias da comunidade.
Mulheres importantes.
Mulheres dos saberes.
Um dos tópicos, recorrentes, da conversa foi a urgente preservação da Casa de Farinha do Quilombo Birros, no município de Teotônio Vilela, que agrega memórias e conta histórias.
‘É o nosso principal e mais precioso legado- afirma a griô de 77 anos. É como uma joia que nossos avós e pais deixaram para comunidade e nossa obrigação agora é cuidar para que a memória não seja destruída.’
Faz uns anos que o Quilombo Birros vem pedindo à administração pública de Teotônio Vilela, um olhar mais cuidadoso para com o território, mas, as solicitações não vêm surtindo efeito.
Recentemente o forno da velha Casa de Farinha rachou, de ponta a ponta ,e novamente a comunidade gritou por socorro, mais uma vez, o silêncio institucional se fez.
Daí o Quilombo Birros se juntou e fez um arremedo no forno, para continuar a fabricar farinha.
Vale dizer que a administração começou há cerca de um ano a construir uma nova Casa de Farinha, ( em terreno cedido pela comunidade) mas, pouco depois, as obras estagnaram.
Um elefante branco no meio do território preto.
Claro, que o Quilombo agradece a nova construção, mas precisa terminar, né? Está demorando muito. E outra coisa que a gente precisa dizer é que, mesmo com uma nova Casa de Farinha, precisamos preservar a velha, porque simboliza a nossa cultura, lutas, resistência, enquanto quilombolas.- diz a Griô..
Com a voz descamada pela exaustão a griô desaba:- Somos nós que votamos nos governantes que estão aí. Se nós votamos neles, eles têm a obrigação de ouvir o grito do Quilombo.
Como espaço de resistência da cultura africana, o Quilombo não foi valorizado,na Bienal e, nem é legitimado no próprio território. Continuamos invisíveis.
Na festa de emancipação de Teotônio Vilela muitas obras serão entregues à população. Que legal! E a Casa de Farinha (velha e nova) do Quilombo de Birrus está na lista?
Está?????????????????????????/
É sobre isso!










